O morador Ronaldo Lopes Matias já cansou de ser impedido de sair da própria casa devido aos carros estacionados na frente do portão. Situação preocupante principalmente em casos de emergência. ?Teve uma vez que meu pai, que é diabético, estava passando mal e havia um carro fechando a saída. Tive que procurar o dono do carro pelo comércio?, lembra.
GRAMADO
A dor de cabeça é diária, principalmente de quinta-feira a domingo, quando o comércio está mais movimentado. Além das entradas das garagens e calçadas, os motoristas utilizam o gramado do canteiro central para estacionar. Preocupado com o bem-estar da vizinhança, Ronaldo começou um abaixo-assinado para exigir melhorias. Do outro lado da rua de onde Ronaldo mora, trabalha Victor Hugo, um dos assinantes do pedido da construção do estacionamento. ?Às vezes, um carro vai fazer a manobra no meio da rua, para tentar estacionar em um lugar inventado, e acaba acontecendo um acidente, conta o comerciante. Ele perdeu a conta de quantas situações de risco presenciou nas vias próximas à loja, em 15 anos de trabalho. Victor Hugo acredita que a clientela seria maior se houvesse mais vagas no local. ?Muitos não querem deixar o carro no gramado para não correr o risco de levar multa?, diz. Os funcionários que vão trabalhar de carro também passam pela mesma dificuldade. O serralheiro Welton Barros Franco, 38, trabalha na região há sete anos e sempre enfrentou esse problema. ?Muitas vezes eu tenho que deixar o carro na entrada da casa de algum morador que eu já conheço. Já tive vários problemas com fiscalização por estacionamento irregular?, afirma.
Projeto em estudo
Segundo a assessoria de comunicação da Administração Regional de Ceilândia, o pedido foi protocolado apenas no início de março e já teria sido informado aos demandantes que algo será feito. ?Se a necessidade for um estacionamento e puder ser feito, ele será feito. Antes de fazer, a administração precisa verificar o que fica mais viável. Isso já está sendo estudado?, alega o assessor do órgão, Rodrigo Almeida. A respeito de prazos, a administração só poderá estimar datas a partir da finalização do projeto, que deve ser entregue até o final deste mês. ?A administração estuda um tipo de projeto para todos os espaços públicos que hoje estão vazios, que é o caso deste. Mas nem todos os espaços são de poder da administração. Além disso, se você faz uma pesquisa com a comunidade, você vai ter uma grande quantidade de pedidos distintos. Mas vai ser construído algum equipamento público naquele local?, ressalta.
Espaço fracionado
Enquanto isso, os comerciantes se viram como podem. Em frente a um salão de beleza luxuoso, o dono criou quatro vagas, mas tenta fazer caber até seis carros para não perder nenhum cliente. ?As casas ao lado colocaram até estacas para evitar o estacionamento na frente. Na idade que a cidade tem, era para ter mais estrutura. Estamos largados?, diz o serralheiro Welton Barros.
Fonte: Jornal de Brasília (DF), 9 de abril de 2014