Nesta semana, com Páscoa e Tiradentes colados, é esperado um número de veículos até 30% maior que o do mesmo feriado do ano passado.
Em geral, segundo Pires, o perfil do acidente que mais mata no Brasil é o de motoristas de carro que calculam mal a ultrapassagem de um caminhão e batem de frente com o veículo que vem no sentido contrário da estrada.
Há casos também em que o caminhoneiro provoca o acidente ao fazer uma ultrapassagem proibida ou simplesmente mal calculada.
A imprudência ganha espaço quando o motorista se depara com uma boa pista, duplicada e sinalizada.
Pouca fiscalização
Para o urbanista e consultor de trânsito Flamínio Fichmann, soma-se ao comportamento do motorista a insuficiência de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal.
"Como o motorista não observa a presença intensiva da fiscalização, ele excede velocidade, dirige alcoolizado, drogado", afirma Fichmann.
Além da estagnação do efetivo, as atribuições da PRF também aumentaram nos últimos anos, de acordo com Paulo César Marques da Silva, professor de engenharia de tráfego da UnB (Universidade de Brasília).
"Por exemplo, hoje você tem a fiscalização da lei seca, da venda de álcool na beira de estradas. Mas o efetivo e os equipamentos não cresceram na mesma proporção."
A polícia rodoviária admite que o efetivo atual não é suficiente para cobrir os 65 mil km de BRs. São 10,1 mil policiais, número similar ao efetivo de 20 anos atrás.
Há ainda cerca de 2.000 radares nas rodovias federais, mas boa parte está instalada nas vias principais, como Régis Bittencourt, Dutra, Fernão Dias e BR-101.
Fonte: Folha de S. Paulo, 14 de abril de 2014