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Agora são os números que dizem. A falta de trabalho na Zona Leste, a mais populosa da capital, com cerca de 3,7 milhões de habitantes, contribui, de forma significativa, para a superlotação do Metrô. Dados do Sindicato dos Metroviários mostram que das 4h40 às 9h do dia 10 de fevereiro, uma segunda-feira, horário em que a maioria absoluta dos paulistanos começa a se deslocar rumo ao emprego ou à escola, 56.136 pessoas passaram pelas catracas da Estação Corinthians/Itaquera, a primeira da Zona Leste.
No outro extremo da cidade, na Estação Barra Funda, Zona Oeste, no mesmo período, foram 41.935 embarques, 14.201 a menos do que no início da Linha da Zona Leste.
Já a Estação Jabaquara, na Zona Sul, região com a segunda maior população paulistana, registrou 47.959 passageiros. A Estação Tucuruvi, na Zona Norte, teve movimento de 40.392 pessoas.
Todas as linhas convergem para a Estação Sé, Centro, mostrando que o trabalho em São Paulo ainda está longe de ser distribuído de uma forma mais homogênea.
A própria Prefeitura admite que a Zona Leste carece de trabalho. A região, segundo a administração municipal, possui 35% da população paulistana, mas apenas 16% dos empregos da cidade. Para tentar reverter esse cenário, o prefeito Fernando Haddad sancionou em dezembro uma lei que institui o Programa de Incentivos Fiscais da Zona Leste. A legislação prevê redução do ISS para 2% e isenções de IPTU e ISS para diversas categorias.
Imagem é tudo
Porém, na avaliação do professor de economia da Fundação Getúlio Vargas Samy Dana, incentivos tributários não são suficientes para atrair investimentos na região.
?É uma questão de imagem. Empresas, escritórios, bancos e outros preferem se instalar na Avenida Faria Lima, em Pinheiros (Zona Oeste), por exemplo, do que em Aricanduva (Zona Leste). Muitos investidores pensam que associar a imagem da empresa à Zona Leste desvaloriza a corporação?, explicou.
Novo Plano Diretor prevê habitação perto de parada
O incentivo à construção de imóveis residenciais próximo às estações ou ao longo do traçado dos trilhos do Metrô e/ou da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) vai ser uma das premissas do texto final do projeto de lei que trata do PDE (Plano Diretor Estratégico), ainda em discussão na Câmara Municipal de São Paulo.
É o que afirmou o vereador e urbanista Nabil Bonduki, durante encontro com empresários na ACSP (Associação Comercial de São Paulo). O parlamentar é um dos responsáveis pela elaboração do novo plano diretor em conjunto com outros vereadores da Câmara.
Ele também é um dos principais articuladores do plano em vigência na cidade, aprovado em 2004. ?É preciso combinar duas grandes discussões sobre o que a cidade quer e os planos urbanísticos propostos pela Prefeitura?, afirmou.
O projeto também prevê o incentivo à criação de áreas conhecidas por especialistas como zonas de centralidades. Nesses locais, haverá incentivo para o surgimento de comércio e serviço onde, hoje, há pouca ou nenhuma atividade econômica. Por ora, não há uma data para a apresentação do substitutivo do projeto. Bonduki, no entanto, acredita que isso vá acontecer logo após o Carnaval. ?Creio que no dia 10 ele estará em discussão?, disse.
Gabriel Ligabue, consultor, ?Isenção e o novo estádio ainda não mudaram a ZL?
Para o consultor técnico do Fundo Zona Leste Sustentável, Gabriel Ligabue, que fomenta investimentos a micro e pequenos empresários da região, as ações voltadas à geração de trabalho na Zona Leste ainda não surtiram efeito prático. Porém, ele acredita que a região ainda será um polo trabalhista paulistano.
Análise - Horácio Figueira, especialista em transporte
Frota máxima o tempo todo
É preciso manter a frota plena do Metrô durante toda a operação. Não pode haver redução. Horário de pico de duas horas de manhã e mais duas horas à tarde acabou faz tempo. Não faltam trens no Metrô, faltam operadores. O Metrô, ao adotar a carga máxima em toda a operação, deve fazer campanhas informativas alertando a população para que as pessoas possam intercalar o horário de uso. Reduzindo o número de trens em certos horários, vai manter o desconforto dos usuários.
Fonte: Diário de São Paulo, 20 de fevereiro de 2014

Categoria: Geral


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