O aumento no número de multas não está mais acompanhando a expansão das faixas exclusivas. Nos últimos 12 meses, 316,4 km de vias especiais para ônibus foram instalados por toda a capital, tornando-se uma das principais apostas do primeiro ano da gestão Fernando Haddad para a área de mobilidade. Avenidas importantes, como a Paulista, a Radial Leste e a Marginal do Tietê ganharam o mecanismo em horários mais movimentados da semana. A quantidade de corredores se manteve estável em 111,1 km de um ano para o outro.
Impacto
Nem todos os motoristas de carro apoiam as faixas, alegando piora nos congestionamentos - a lentidão média no pico da tarde na cidade subiu de 80 km, em janeiro de 2013, para 102 km no mês passado.
É o caso do chefe de produção Tiago Rosalino, de 31 anos, morador do Parque do Carmo, na zona leste. "A gente pega umas avenidas com muito trânsito, fica parado e não passa nenhum ônibus na faixa", diz o motorista.
Já o programador Hélio Barbosa, de 32 anos, morador da Bela Vista, na região central, apoia as faixas, mas reclama da fiscalização. "Estava circulando na faixa de ônibus em um domingo e fui multado." Ele entrou com um recurso, que foi negado, e agora está esperando uma decisão em segundo grau. A multa para quem desrespeita a faixa é de R$ 53,20, além de três pontos na carteira de habilitação.
Mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo, Horácio Augusto Figueira rebate a crítica comum de que as faixas de ônibus aparentemente vazias são um sinal de que estão sendo mal aproveitadas. "Se cada ônibus na faixa tiver um intervalo de até dois minutos, podem passar 40 ônibus por hora, com 1,2 mil passageiros, o que já é mais do que uma faixa de automóvel, que por hora leva até mil pessoas."
Fonte: O Estado de S. Paulo, 19 de fevereiro de 2014