Aparelhos antigos serão aposentados e no lugar deles serão instalados radares mais modernos, capazes de ler placas e fiscalizar diversos tipos de infração de uma vez, como excesso de velocidade, circulação em dia de rodízio e invasão à faixa de ônibus.
Quatro consórcios venceram licitação para manter os equipamentos por cinco anos, ao custo de R$ 529,7 milhões ? em média, cada um custará R$ 10,5 mil por mês.
No ano passado a arrecadação da prefeitura com multas de trânsito atingiu R$ 850,5 milhões. A estimativa é que neste ano o valor suba para R$ 1,2 bilhão.
Os endereços onde ficarão os novos radares não foram divulgados, mas a prioridade será de vias com faixas exclusivas de ônibus e avenidas da periferia que hoje não têm fiscalização eletrônica.
Os novos aparelhos também devem ser usados na fiscalização dos 371 km de vias incluídas na ampliação do rodízio. O secretário Jilmar Tatto informou que não há data para o início da restrição. A previsão inicial era para abril.
Modelos de radar que serão instalados
Grupo A: 404 equipamentos - vão fiscalizar infrações como excesso de velocidade, desrespeito ao rodízio, invasão à faixa/corredor de ônibus e situação irregular (suspeita de furto/roubo, falta de licenciamento ou inspeção)
Grupo B: 168 equipamentos - instalados em cruzamentos com semáforo, vão fiscalizar as infrações do grupo A (menos as faixas exclusivas) e mais avanço de sinal vermelho, desrespeito à faixa de pedestres e conversão proibida
Grupo C: 80 equipamentos - instalados em viadutos, pontes ou pórticos, com tecnologia que dispensa sensores no asfalto, para fiscalizar as mesmas infrações do grupo A
Barreira eletrônica: 171 equipamentos - vão fiscalizar as mesmas infrações do grupo A (menos as faixas exclusivas)
Todos esses equipamentos terão leitura automática de placas e vão fornecer dados de tráfego para a CET
Radar estático: 20 equipamentos móveis, montados nas laterais das pistas, para fiscalizar excesso de velocidade, rodízio e invasão à faixa/corredor de ônibus
Polêmicos
Entre as novidades da contratação estão radares instalados em pontes e viadutos.
Polêmicos, esses aparelhos levaram o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) a proibir, em 2011, radares que não ficam à vista do motorista.
Na ocasião, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) foi obrigada a mudar a posição de alguns radares.
A companhia diz que o objetivo desse tipo de instalação é melhorar a fiscalização, principalmente de motocicletas, em vias como as marginais Tietê e Pinheiros ? campeãs em mortes no trânsito.
Monitoramento
Além de registrar infrações, os novos equipamentos serão usados no monitoramento. Eles vão transmitir para a CET a velocidade dos veículos em tempo real, e os números estarão disponíveis na internet.
"Vamos ter bancos de dados que vão receber essa informação e transformar em algo que as pessoas possam ler. Vão abrir em casa e olhar o nível de velocidade na avenida 23 de Maio, por exemplo. É para auxiliar as pessoas na movimentação dentro da cidade", diz Duarte.
Atualmente, o site da CET tem apenas informações do tamanho dos congestionamentos, calculados com base em câmeras, agentes nas ruas e no alto de prédios.
Os novos radares também vão abrir caminho para a ampliação do rodízio, pois serão fundamentais para fiscalizar os 340 km de novas vias que serão incluídas na restrição.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 28 de março de 2014