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A necessidade de intensificar a integração de soluções, o aumento dos investimentos nos transportes públicos e a reeducação da população ganharam protagonismo no debate realizado durante o Seminário Mobilidade Urbana, promovido pelo grupo Ejesa, por meio dos jornais Brasil Econômico e O Dia. Já na abertura do evento, Octávio Costa, editor-chefe do Brasil Econômico no Rio de Janeiro, chamou a atenção para o atraso da malha metroviária em São Paulo, Belo Horizonte e na capital carioca em relação a grandes metrópoles, como Paris, Madri e o luxuoso transporte público de Moscou. "O fenômeno acontece em reflexo aos escassos investimentos nos transportes públicos." Entre os palestrantes da iniciativa privada, Marco Antônio Lage, diretor de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da Fiat Automóveis, afirmou que as montadoras não devem se esquivar dos debates sobre mobilidade urbana e meio ambiente. Para ele, a relação entre a indústria automotiva e as categorias é evidente. "A solução para a mobilidade não é parar de produzir, afinal o setor corresponde a 5% do PIB brasileiro e temos o quarto maior mercado do mundo, atrás apenas de China, Estados Unidos e Japão. Falar que a culpa é do automóvel é o mesmo que culpar o termômetro pela febre", afirmou Lage, considerando que o usuário tem que se reeducar e apontar as falhas de estrutura que não permitem que o consumidor utilize os transportes públicos com mais frequência. Ainda assim, o executivo considera que o Brasil está distante do caos se considerar a proporção de carros para o território. Para se igualar à Argentina e à Europa, o número de carros no país deveria subir em 15 milhões e 65 milhões, nesta ordem.
Por aqui, 16 milhões de deslocamentos motorizados são realizados diariamente. Deste total, 38,7% correspondem aos meios de transporte público. "Desta maneira, devo criticar a incoerência do planejamento. Essa discrepância advém da falta de investimentos em infraestrutura urbana. É preciso melhorar as sinalizações, investir em engenharia e em transporte público de qualidade. O metrô de Belo Horizonte faz rir, se comparado ao transporte metroviário de Nova York, Moscou e Paris", avaliou o executivo da Fiat.
No mesmo sentido, Claudio Rosa Junior, presidente da Kasinski, disse acreditar que não existe solução única para a problemática. A sua aposta é que uma melhoria efetiva seria estabelecida se houvesse uma atenção especial para as soluções e se fosse promovida a sua integração. Bem-humorado, o executivo explicou a logística que utilizou para ir ao evento, reforçando as dificuldades existentes na capital paulista. "Saí de casa e fui a uma conferência de motocicleta. Preocupado com o horário e o tempo para chegar à palestra, resolvi pegar um táxi. Sem sucesso, decidi pegar o trem e desci na estação Consolação. De lá, um táxi e 40 minutos depois que saí da empresa, em Pinheiros, cheguei aos Jardins."
Além da questão de mobilidade, o executivo da Kasinski destacou como obstáculo para o meio ambiente a falta de estrutura para quem decide ter um veículo elétrico. "Com uma moto elétrica, é possível se deslocar 40 quilômetros por R$ 1,40 de energia elétrica. Porém, é necessário uma solução em questões de estrutura para esse segmento também."
Jilmar Tatto e Jurandir Fernandes, secretários de transporte do município e do estado de São Paulo, respectivamente, afirmaram que a intenção é democratizar o viário. Ailton Brasiliense, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), atribuiu as dificuldades da mobilidade urbana às tarifas elevadas, o que faz com que as pessoas comprem cada vez mais automóveis. "Para o número de carros que temos em São Paulo é preciso criar um espaço viário massacrante para sustentar o fluxo.
Continuidade e expansão ditam ritmo de obra do metrô
O debate sobre a integração de todos os modais da mobilidade urbana também foi o assunto central do discurso do secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes. Para atribuir sustentabilidade à infraestrutura das cidades, as propostas mais comuns giraram em torno de políticas de continuidade (das obras), expansão e inovação. Neste contexto, o primeiro passo para dar dinamismo à mobilidade nas cidades seria integrar os modos motorizados públicos e os não motorizados, estabelecendo conexões entre os transportes municipais e os metropolitanos.
Fernandes sinaliza que terminar as obras que foram iniciadas em gestões anteriores e investir na melhora da eficiência dos projetos que já estão em operação são cruciais para que os avanços sejam efetivos.
Outros recursos que devem ser utilizados pelo governo paulista para a melhoria da mobilidade incluem a busca de novas soluções tecnológicas e o atendimento de novos conglomerados, como a macrometrópole. Dentro da linha de raciocínio do prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, na última corrida eleitoral, o secretário considera a criação de novos polos e a geração de empregos para evitar que o movimento pendular no metro ultrapasse a barreira dos 4,5 milhões. "Não há estrutura que aguente. Em 2014, a rede terá 4 linhas de metrô em obras e 3 da CPTM sendo expandidas. Mas não para por aí. O edital da licitação da linha Verde até a Via Dutra já foi encaminhado. O mesmo ocorre com o monotrilho do ABC."
Lentidão dos ônibus é o principal problema
Se o governo do estado foca na ampliação da capilaridade do metrô, a Prefeitura de São Paulo trabalha para otimizar a circulação de ônibus pelo caótico trânsito da cidade. O longo período de espera e as longas viagens são as principais reclamações dos usuários. Para solucionar esta dificuldade no transporte público, o secretário municipal de transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, planeja construir mais 150 quilômetros de corredores, sendo 70 ainda este ano, e 150 quilômetros de faixas exclusivas. "Temos que aumentar a velocidade. Hoje, o ônibus circula em média a 14 km/h. Queremos aumentar em 20 km/h", explicou o secretário da capital.
Fonte: Brasil Econômico (SP), 18 de março de 2013

Categoria: Geral


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