Criado dentro do Núcleo de Estudos da Felicidade e do Comportamento Financeiro da FGV, este por sua vez lançado no fim de 2011, o projeto quer aferir os indicadores em cada bairro, no maior número possível de cidades do país. Os resultados, afirma Fábio Gallo, professor de departamento de Contabilidade, Finanças e Controle da FGV e coordenador do estudo, teriam como principal impacto nortear a tomada de decisões do poder público e da iniciativa privada.
O índice vai medir, por exemplo, se moradores de determinada região julgam que saúde seja mais importante que segurança e o quanto eles se sentem satisfeitos em relação a esses dois indicadores. "Uma empresa de seguros pode usar essas informações para lançar um produto financeiro direcionado", ilustra Mauro Montoryn, presidente da MyFunCity, uma rede em que os internautas avaliam cidades de acordo com 12 quesitos, como barulho e transporte público. A gestão pública, emenda Gallo, pode utilizar as análises para deliberar e priorizar os investimentos. "A pesquisa pode mostrar, por exemplo, que uma comunidade sente mais falta de cultura do que de áreas verdes". O WBB está conveniado com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e tem, de acordo com Montoryn, cerca de 50 parceiros na entidade.
O projeto começa no dia 2 de abril, com o início da aplicação através de redes sociais e, possivelmente, de agentes físicos, de um questionário de 150 perguntas. A capilaridade da coleta de dados será feita através da rede da MyFunCity, afirmam os organizadores. Até 90 dias depois dessa etapa, a equipe promoverá audiências públicas em oito cidades - Belo Horizonte, Brasília, Recife, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Porto Alegre - para receber feedback de entrevistados e, em seguida, fará uma segunda rodada de questionários, que deverão ser ajustados e perder algumas perguntas.
Todo o processo criará a metodologia que, então, dará origem ao índice, com previsão de lançamento em dezembro. Wesley Mendes, um dos coordenadores do WBB, afirma que ele não se baseia em cálculos pré-existentes, como o World Happinnes Report, da Universidade de Columbia (EUA), ou o britânico London Happiness and Well-being, nem tem a pretensão de comparar o Brasil com outros países. Sua periodicidade de divulgação, segundo Gallo, ainda não foi definida.
Fonte: jornal Valor Online, 13 de março de 2013