Estatísticas da CET indicam que, no período de 14 de maio - quando a fiscalização foi ampliada - a 24 de agosto de 2012, foram registradas 212 autuações por desrespeito a quem circula de bicicleta. Isso equivale a apenas duas multas por dia em toda a cidade, em média. As mortes de ciclistas em São Paulo não caem desde 2010, quando 49 deles perderam a vida nas vias da Capital. O número se repetiu no ano seguinte.
Outro dado divulgado dia 13, desta vez elaborado pela Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, mostra que, a cada dia, nove ciclistas são internados em hospitais públicos vítimas de acidentes de trânsito.
No ano passado, foram 3.200 pessoas internadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O gasto com o tratamento desses pacientes foi de R$ 3,3 milhões, diz a pasta. Segundo a secretaria, o gasto dos últimos cinco anos seria suficiente para construir, por exemplo, quatro AMEs (Ambulatório Médico de Especialidades). "O número de acidentes graves envolvendo ciclistas continua alto porque as bicicletas precisam dividir cada vez mais espaço com os veículos. É preciso haver respeito mútuo e mais locais sinalizados e adequados aos ciclistas. Entre os principais fatores de risco estão a embriaguez ou desatenção dos motoristas", afirma Hassan Yassine Neto, médico socorrista do Grau (Grupo de Atendimento e Resgate às Urgências). O médico lembra, ainda, a importância da utilização dos equipamentos de proteção individual, como o capacete. Itens de segurança na bicicleta também são necessários, como faróis. Segundo Yassine Neto, o uso desses equipamentos é essencial para diminuir a gravidade dos casos. Traumatismos
De acordo com o médico, as lesões mais frequentes são os traumatismos cranianos e da coluna vertebral e as fraturas da pelve (bacia), dos ossos do antebraço, do fêmur e da tíbia. A cada dois dias, pelo menos um ciclista internado vítima de acidente de trânsito morre no Estado.
Fonte: Diário do Comércio (SP), 14 de março de 2013