Parking News

Por Jorge Hori *

A Prefeitura Municipal de São Paulo está a relançar os editais para a concessão de três garagens subterrâneas no centro da cidade. Poucas alterações foram feitas em relação ao edital anterior lançado pela administração Kassab, que resultou em licitação vazia. O risco permanece por equívoco no objeto da concessão.
Uma das características dos serviços públicos é o monopólio, ou quase monopólio, ainda que para uma demanda específica. Em alguns casos o monopólio é praticamente total, como no caso da descida de São Paulo para a Baixada Santista. As alternativas, como descer pela Regis Bittencourt para acessar por Pedro de Toledo, além de um percurso muito maior em piores condições de tráfego e segurança, estão sujeitas ao pedágio. Pode-se ainda ter a opção de descer pela Mogi-Bertioga, igualmente em condições piores. Os mais ricos poderiam ter a opção de usar o helicóptero. Não há ferrovias e dentro da opção rodoviária o motorista tem que usar o Sistema Anchieta-Imigrantes. Em outras rodovias há opções, mas sempre piores do que o das rodovias concedidas.
Nas recentes concessões aeroportuárias há opções para o usuário, mas em condições bastante diferenciadas. Para voos nacionais curtos, Congonhas é imbatível. Para voos mais longos, o usuário tem a opção de Viracopos ou Guarulhos. Para voos internacionais o usuário tem que ir a Guarulhos, com poucas alternativas em Viracopos.
No caso das garagens subterrâneas, o usuário que tem destino à área de influência das mesmas encontra várias opções. Ainda pode encontrar vagas gratuitas ou pagas para curto período (Zona Azul) em vias públicas. E muitos estacionamentos privados na redondeza.
Pressupõe-se que nos picos de demanda a garagem lote, podendo mesmo formar filas de espera. Mas, dependendo da localização e dos preços, pode ser a primeira ou a última opção do motorista. Pelos preços propostos, não será a primeira opção, a não ser para os desinformados.
Para a viabilidade econômica do empreendimento, no entanto, além de uma elevada média diária é preciso ter uma ocupação mínima durante a noite. Os picos não são suficientes para garantir a rentabilidade.
Por outro lado, o Poder Concedente não dá nenhuma garantia sobre a manutenção ou supressão das vagas em vias públicas, tampouco o rigor da fiscalização sobre os estacionamentos clandestinos ou irregulares.
Sem o controle da concorrência irregular de forma rigorosa, dificilmente haverá quem vá arriscar-se a investir, com retorno duvidoso.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.

Categoria: Fique por Dentro


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