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A inspeção veicular obrigatória, alvo de denúncias do Ministério Público, voltou a ser questionada por parte dos paulistanos na semana passada. Mais pelos valores da taxa - por volta de R$ 50 em 2012 - e da multa e menos pelo objetivo dela, que é o de melhorar a qualidade do ar. "Não sou contra o programa em si. Mas a forma como ele é feito. Os valores são caríssimos", afirma Cristina Camerin Correa, empresária, à Folha. "O paulistano deveria organizar protestos contra isso", defende ela, que nunca teve um carro reprovado.
O bancário Luiz Tadeu Crocco também acha "um absurdo" os preços da inspeção e da multa. "O carro que polui não é pego. Neste ano não fiz, mas acabei sendo multado por causa de outra infração nada a ver."
Isso porque os radares espalhados pela cidade não flagram só a falta do selo ambiental. O carro precisa ser multado por outra coisa para ser pego no sistema.
A multa cobrada pela prefeitura para quem não fez a inspeção é de R$ 550. O próprio Ministério Público, na sua denúncia encaminhada à Justiça, também coloca objeções ao valor.
No entendimento dos promotores, toda multa deveria ser definida com base no Código Brasileiro de Trânsito. O que significa dizer que o valor da infração seria, no máximo, de R$ 191,54.
O valor da taxa da inspeção veicular paulistana é parecida com a da carioca.
Lá, o valor está embutido no licenciamento anual do veículo e também engloba uma inspeção de segurança, o que não existe aqui.
Em Nova York, saber se o carro polui ou não custa cerca de R$ 37 (preço que também inclui a inspeção de segurança). Na Cidade do México existe mais de uma tarifa, que varia de acordo com o tipo de carro. Em média, ela é mais barata que a paulistana.
De acordo com Paulo Artaxo, especialista em poluição, um programa bem feito e com grande adesão reduziria a poluição do ar em até 30%.
Fonte: Folha de S. Paulo, 4 de dezembro de 2011

Categoria: Geral


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