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A frota paulista atingiu em outubro 22.758.153 veículos, um crescimento de 1,43 milhão de unidades nos últimos 12 meses. Isso significa que, a cada mês, 120 mil veículos foram incorporados à frota no Estado, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Colocados em fila, os novos carros, caminhões, ônibus e motos ocupariam uma pista de quase 6 mil quilômetros - a distância de Porto Alegre (RS) a Boa Vista (RR). Do total de unidades automotivas, 7,1 milhões estão na capital, enquanto 15,6 milhões se espalham pela Grande São Paulo e pelo interior, ressalta reportagem de O Estado.
O excesso de veículos obriga moradores de cidades médias e até pequenas a enfrentar congestionamentos diários, parecidos aos da capital. Algumas têm, proporcionalmente, mais veículos por habitante que São Paulo. Na capital, a frota atingiu em outubro 7,15 milhões de unidades - um veículo para cada 1,58 habitante. Valinhos, na região de Campinas, tem 106.968 moradores e 73.997 veículos - um carro para cada 1,44 habitante, a maior frota proporcional do Estado. A cidade tem trânsito intenso e complicado. De acordo com a prefeitura, o bom perfil socioeconômico permite o índice elevado de veículo por habitante.
Para piorar, Valinhos é usada como rota de fuga de pedágios. São quase 30 mil veículos indo e voltando diariamente, usando trechos urbanos, segundo a prefeitura. O prefeito Marcos José da Silva decidiu restringir a circulação de caminhões com mais de 6,30 metros na área central e na Rodovia dos Andradas, em horários determinados, a partir deste mês. Também mandou ampliar as vagas de Zona Azul e estabeleceu horários para carga e descarga.
A pequena Águas de São Pedro tem 1.860 veículos para 2.703 habitantes - um carro para cada 1,45 morador - e as poucas ruas já estão congestionadas. De acordo com a prefeitura, a cidade é turística, recebe de 4 mil a 5 mil visitantes todo fim de semana e a maioria chega de automóvel. Há ainda turistas que têm chácaras de lazer na cidade e registram os veículos ali. De acordo com a Assessoria de Imprensa da prefeitura, o maior problema é a falta de vagas para estacionamento. Indaiatuba (1,55 habitante por veículo) e Itu (1,66) controlam o trânsito com radares, mas não evitam as longas filas em horários de pico.
Acidentes
O engenheiro agrônomo João Pacheco Neto liga o som para não se estressar enquanto espera o carro da frente seguir pela congestionada Rua 9 de Julho, em Itu. No centro histórico, as ruas estreitas dificultam o escoamento do tráfego. "Itu sempre teve um número alto de carros. Todas as marcas têm concessionárias aqui e, não se sabe por que, vendem muito carro." Em Rio Claro, a proporção de um carro para 1,47 habitante transforma em caos a área urbana em horários de pico. A frota dobrou em dez anos - só motos são mais de 40 mil - e o número de acidentes explodiu. No primeiro semestre, foram quase 2 mil, um terço com vítimas.
As maiores e mais desenvolvidas cidades do interior têm mais de um veículo para cada dois habitantes, segundo o Detran. Em Ribeirão Preto, a média é de 1,46 e em Campinas, de 1,48 pessoa por veículo. O índice sobe para 1,70 em Sorocaba e 1,87 em São José dos Campos. Na outra ponta, as cidades de menor índice de desenvolvimento socioeconômico têm mais habitantes por carro. Em Barra do Turvo, no Vale do Ribeira, a relação é de 7,79 moradores por veículo e, em Iporanga, na mesma região, de 7,61 por carro. Borá, a cidade com menor população, tem 308 veículos para 805 moradores.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 3 de dezembro de 2011

Categoria: Geral


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