Parking News

Para chegar ao carro elétrico, Brasil precisará apostar no etanol

carroeletrico-835

A lentidão do Brasil em desenvolver espaço no mercado interno para os carros elétricos pode ser compensada por um já conhecido herói nacional: o etanol. Os carros movidos a célula de hidrogênio extraído do combustível têm potencial para ocupar papel relevante no cenário global. Esta é a opinião de Ricardo Bacellar, líder da área automotiva na KPMG, que defende esta como uma “solução limpa e altamente eficiente”. Ele admite, no entanto, que a tecnologia não está pronta e ainda precisa de desenvolvimento para que sua produção industrial se comprove viável. Para que isso aconteça, aponta, “o governo brasileiro precisa deixar claro qual é o seu apetite para fazer desta uma solução mundial”.

O consultor é categórico ao afirmar que o Brasil está diante de oportunidade histórica com a tecnologia que, para ganhar espaço, exigiria alianças com outros países e incentivos locais ao seu desenvolvimento. Por enquanto, a única fabricante de carros que anunciou estar trabalhando em carros movidos a célula de combustível por etanol é a Nissan. O sistema da marca foi criado no Japão, mas já passou por testes no Brasil com resultados promissores. Segundo a companhia, um modelo comercial do gênero ofereceria custo de apenas R$ 0,10 por quilômetro rodado. Quase igual ao de um elétrico plug-in, que tem valor estimado em R$ 0,09/km.

O Brasil diante do avanço global do carro elétrico

“O carro flex seria inviável globalmente porque não há etanol o bastante. Já esta nova solução teria mais espaço porque demandaria volume bem menor do combustível”, avalia Bacellar. Segundo ele, este é o momento para discutir e avançar com o assunto, já que diversos mercados importantes impõem prazos para acabar com o motor a combustão. A Alemanha determinou que a produção de automóveis com o sistema será proibida a partir de 2030 e o Reino Unido determinou prazo mais conservador, em 2040.

O consultor lembra que, embora sem data-limite, o Japão também dá sinais claros de que quer seguir o caminho da eletrificação. “O governo investiu na instalação de 40 mil postos de recarga”, conta. A China aposta em modelos zero emissão para evitar o agravamento de seu problema ambiental. “A questão não é mais se o carro elétrico vai chegar, isso já está definido. Agora estamos no debate sobre quais serão as tecnologias mais usadas. Estudos indicam que, em alguns países, já a partir de 2018 o custo de propriedade de um automóvel elétrico vai se equiparar ao de um veículo a gasolina. Este é um sinal de que esta mudança já está em curso”, diz.

Apesar do bom potencial, posicionar o Brasil entre as peças centrais no mundo em relação ao carro elétrico exige empenho e investimentos que, ao menos por enquanto, não estão em discussão. O País define as regras de sua nova política automotiva, a Rota 2030. Até agora não há qualquer sinalização de medidas de grande impacto para incentivar produção e mercado de modelos zero emissão localmente. Se seguir desta forma, no longo prazo o Brasil pode ficar isolado do mercado global por não oferecer carros elétricos para exportação.

Bacellar, no entanto, garante que ainda é cedo para assumir que o País está fora do jogo. “Este risco existe sim para o futuro, mas apenas se nada for feito para impedir, o que não me parece ser o que vai acontecer. As pessoas envolvidas na elaboração do Rota 2030 estão cientes da necessidade de o País desenhar medidas para carros elétricos”, defende.

Fonte: revista Automotive Business, 28/07/2017

Categoria: Mundo do Automóvel


Outras matérias da edição

Zona Azul (SC)

A Estapar, concessionária que administra o estacionamento rotativo em Itajaí, começou a instalar novos parquímetros, que cobrirão mais 162 vagas a partir do dia 7 de agosto. O decreto que previa o au (...)

Estacionamento: decisão suspensa (Fortaleza/CE)

O Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) suspendeu, dia 24, a decisão que permitia às empresas da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) cobrarem tarifa integral em relação ao temp (...)

EUA avançam para regulamentar carro autônomo

Os Estados Unidos dão passos importantes para enfim desenhar uma legislação para carros autônomos. No dia 27, o comitê de Energia e Comércio da Câmara aprovou regulamentação para testes, produção e im (...)


Seja um associado Sindepark