Os Estados Unidos dão passos importantes para enfim desenhar uma legislação para carros autônomos. No dia 27, o comitê de Energia e Comércio da Câmara aprovou regulamentação para testes, produção e implementação desses carros no mercado. Chegar a uma política nacional com foco na tecnologia é passo essencial para que as montadoras cumpram os planos de lançar no mercado veículos sem motorista nos próximos anos. Mesmo sem uma legislação nacional, uma série de modelos autoguiados já circula pelo país em diversas regiões, como Boston e São Francisco.
A política norte-americana para carros autônomos é chamada de Self Drive Act e propõe estrutura regulatória para que as empresas inovem e avancem com a tecnologia, mas sem colocar a segurança dos cidadãos e condutores em risco. Uma das principais medidas será aumentar o número de carros que poderão rodar em teste em vias públicas. As montadoras defendem que milhões de quilômetros terão de ser percorridos para o amadurecimento da tecnologia e, portanto, a medida é essencial.
Atualmente a lei dos Estados Unidos dá a cada fabricante de carro permissão para que 2,5 mil veículos circulem em teste nas estradas. O plano é elevar isso gradualmente em quatro ou cinco anos, começando em 25 mil unidades por empresa e chegando a 100 mil. O volume estará condicionado ao aumento da oferta de itens de segurança e de prevenção de acidentes nos carros convencionais, conduzidos por pessoas.
A regulamentação também define o papel das concessionárias na oferta de serviços e no atendimento aos clientes. Outro ponto relevante é a exigência de mecanismos para proteger os dados dos ocupantes dos carros autônomos e evitar que estes veículos sejam invadidos por hackers. As regras também indicam padrões de desempenho e design. A expectativa da indústria é de que a provação da lei seja rápida, nos próximos meses. Há controvérsias quanto a isso, já que a fila de prioridades do governo norte-americano é grande.
De qualquer forma, a percepção das empresas envolvidas no desenvolvimento de carros autônomos é de que a legislação já chega atrasada. Mesmo com regras diferentes em cada estado foi possível para o Google, por exemplo, começar a testar carros autônomos há sete anos. Outra coisa que não foi impedida pela falta de legislação nacional foi o acidente com vítima fatal com um Tesla Model S que rodava no piloto semiautomático, há mais de um ano na Flórida. Há alguns meses a Uber já oferece, ainda como projeto piloto, seus serviços de transporte em carros autônomos na Pensilvânia.
Fonte: revista Automotive Business, 27 de julho de 2017