Na primeira semana após o aumento de impostos sobre os combustíveis, o preço da gasolina subiu, em média, 8,22% no país. Foi o maior aumento desde que a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) começou a fazer o levantamento semanal de preços, em 2004.
Os preços do etanol hidratado e do óleo diesel também tiveram alta expressiva, de 8,86% e 5,05%, respectivamente. No caso do etanol, foi a segunda maior da série histórica. Para o diesel, foi a quarta maior.
Segundo a pesquisa divulgada pela ANP dia 28, o preço médio da gasolina no país foi de R$ 3,749 por litro na semana passada, R$ 0,285 acima do praticado na semana anterior.
Em termos percentuais, o maior aumento verificado nas bombas pela agência havia sido de 7,85%, na semana encerrada em 17 de setembro de 2005, refletindo reajuste de 10% promovido pela Petrobras no preço do combustível na semana anterior.
Agora, a alta foi provocada pelo aumento nas alíquotas de PIS/Cofins anunciado pelo governo no dia 20 de julho, com a justificativa de que precisa de reforço de caixa para evitar o descumprimento da meta fiscal.
Para a gasolina, o valor dos impostos dobrou, com alta de R$ 0,41 por litro. Para o diesel, subiu R$ 0,21 por litro e para o etanol, R$ 0,32 — na semana passada, porém, o número foi revisto para R$ 0,24, para adequar o aumento a limite legal estabelecido para a cobrança dos tributos sobre o combustível.
De acordo com a ANP, o preço do etanol hidratado subiu R$ 0,211 por litro nas bombas brasileiras na semana passada, para R$ 2,592. Em termos percentuais, o aumento só foi menor do que os 8,98% verificados na semana encerrada em 10 de outubro de 2015.
Já o diesel comum teve aumento de R$ 0,147 por litro, para R$ 3,056, na média nacional. Em termos percentuais, a maior alta foi registrada na semana de 17 de setembro de 2005, de 10,24%.
Na opinião do presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes de São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia, a competição entre os postos segurou parcialmente o repasse ao preço da gasolina, que foi menor do que o aumento de R$ 0,41 na alíquota de PIS/Cofins.
"O mercado está muito competitivo e alguns revendedores podem ter optado por segurar um pouco", comentou. Para ele, o movimento de repasse foi concluído e não haverá mais aumentos expressivos nas bombas esta semana.
Nesta segunda (31), no entanto, a Petrobras anunciou reajuste nos preços da gasolina e do diesel, em 0,8% e 1,7%, respectivamente, a partir de hoje (1º). É o quinto aumento consecutivo no preço da gasolina desde o dia 26 de julho, acumulando uma alta de 7,1% no período.
Fonte: Folha de S. Paulo, 31/07/2017