O orçamento é um projeto de lei que todo ano deve ser encaminhado pela Prefeitura para a Câmara Municipal. O texto deve conter as previsões de receita, despesas e investimentos do poder público para o ano seguinte.
O valor da tarifa de ônibus que constará na proposta representará um reajuste de 7,4%. Essa alta vai ficar acima da inflação estimada pelos institutos de pesquisa para 2010. A meta do Banco Central é de que o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 4,5% (o mercado espera 5%) e o acumulado até agosto do IPC-Fipe, que mede a variação de preços para o consumidor na cidade de São Paulo, foi de 3,45% (se o ritmo for mantido, ficará perto de 5,2%). Esse será o segundo reajuste na tarifa de ônibus em menos de um ano - o último foi em 1º de janeiro.
Além dele, a gestão Kassab prevê aumento no ano que vem dos recursos que serão repassados para as empresas de ônibus em forma de subsídios. Serão R$ 600 milhões no total.
Especialistas apontam que os reajustes são "inevitáveis", mas a consequência é que acabam afastando os usuários do transporte público. "É fato que muitas pessoas preferem financiar uma moto, por exemplo, com o dinheiro que gastavam em passagens", afirma o superintendente da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), Marcos Pimentel Bicalho.
Cálculo
Apesar da informação do prefeito e do secretário do Planejamento, Rubens Chammas, a Secretaria Municipal dos Transportes afirmou, em nota, que ainda não iniciou os cálculos de correção da tarifa.
Fonte: Estado de S. Paulo, 29 de setembro de 2010