Segundo a Secretaria dos Transportes, o novo projeto de iluminação agora será entregue em etapas e apenas a primeira delas foi concluída, abrangendo 12,9 km da via (28% de sua extensão).
Condutores de carro, caminhão e motocicleta ouvidos pela Folha reclamaram que a escuridão faz com que se percam mais facilmente, que não enxerguem as faixas e não vejam outros carros na hora da ultrapassagem. O professor Denilson Senaha diz que, por causa da má iluminação e de problemas de sinalização, quase sofreu um acidente há um mês, perto do Anhembi. "Não tinha nada de iluminação. Fui seguindo a seta no chão, para sair da pista expressa para a local, e dei num canteiro de obras. Fui tentar voltar e quase bati num caminhão que vinha. Fiquei preso entre o caminhão e a tela de segurança da obra."
O caminhoneiro Vanderlei Santos, que faz o percurso entre as rodovias Ayrton Senna e Anhanguera quase todas as noites, diz que a falta de luz prejudica. "Muitas vezes, quando vou ultrapassar, só vejo quando já estou em cima."
Luis Antonio Seraphim, engenheiro e consultor em trânsito e transporte, diz que o pedestre é o maior prejudicado da falta de iluminação. "A falta de luz dificulta a percepção de algum obstáculo que possa estar no caminho do motorista, como pneus e cachorros, e pode provocar acidentes, ainda mais nas velocidades praticadas na marginal."
Para Cyro Vidal, presidente da Comissão de Direito Viário da OAB, a falta de iluminação favorece três problemas: o aumento de acidentes, a falta de visibilidade da sinalização da via e a prática de outras infrações. Segundo o Corpo de Bombeiros, em 2009, ocorreram 53 acidentes na marginal Tietê.
Fonte: Folha de S. Paulo, 2 de outubro de 2010