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As mortes em acidentes de trânsito caíram 10% em todo o país no ano passado, segundo dados do governo federal. A redução interrompe uma sequência de aumento da violência no trânsito, que durava havia três anos, e também representa a queda mais expressiva desde 1998, quando as mortes diminuíram em 13%.
Apesar disso, os números estão longe dos registrados em países desenvolvidos.
Dados preliminares do SUS (Sistema Único de Saúde) apontam que foram 40,5 mil vítimas em 2013, ante 44,8 mil no ano anterior.
A estatística coincide com o primeiro ano de vigência da Lei Seca mais rigorosa, que dobrou o valor das multas.
Também passaram a ser aceitos novos meios de provar a ingestão de álcool, além do bafômetro, e a classificação do crime de trânsito por dirigir embriagado ficou menos rígida - ou seja, ficou mais fácil para o infrator ser enquadrado como criminoso.
Especialistas consideram que as mudanças na lei só tiveram impacto onde houve intensificação da fiscalização. Para eles, outros fatores também podem ter contribuído para a queda nas mortes.
José Aurélio Ramalho, presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, cita a redução da velocidade do tráfego nas grandes cidades - causada pelo aumento da frota e dos congestionamentos ou, em menor grau, por ação do poder público.
"O número de acidentes não está diminuindo. Mas, se a velocidade cai, há menos risco de morte", afirma.
Itens de segurança como airbag e freio ABS, que se tornaram mais comuns - em 2013 passaram a ser obrigatórios em 60% dos carros produzidos -, também podem ter ajudado na diminuição.
Apesar da redução, o trânsito ainda é muito violento no Brasil. São 20 mortes por 100 mil habitantes, ante uma média de 8 nos países desenvolvidos. Mesmo nações em situação econômica mais semelhante, como Argentina e Rússia, têm dados melhores.
E, apesar de frear a tendência de alta, o Brasil terá que fazer mais nessa área.
Em 2011 o país assinou resolução da ONU para reduzir as mortes pela metade até 2020, na chamada Década de Ação pelo Trânsito Seguro.
Motociclistas representam as principais vítimas do trânsito, com quase um terço das mortes. Em uma década, enquanto as mortes de ocupantes de carro subiram 32%, as de moto saltaram 130%.
Os dados do SUS podem ser alterados até junho de 2015. Nos últimos anos, porém, as revisões não mudaram substancialmente os resultados.
Número de feridos no país cresce há cinco anos
Enquanto as mortes caíram em 2013, o número de feridos em acidentes de trânsito sobe sem parar há cinco anos.
Foram 170,8 mil internações pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em 2013, ante 159,2 mil no ano anterior - aumento de 7%.
Segundo especialistas, isso atesta que o trânsito pode estar ficando menos fatal, mas ainda é muito violento.
"A morte choca mais, comove as pessoas. Mas, do ponto de vista econômico, os acidentes com feridos trazem impacto muito mais imediato", analisa José Aurélio Ramalho, do Observatório Nacional de Segurança Viária.
A maioria dos feridos é homem (78%) e jovem (28% têm de 20 a 29 anos), o que impacta diretamente a produtividade do país.
Dados do Dpvat (seguro obrigatório) apontam que a quantidade de pessoas com invalidez permanente por acidentes cresceu 26%.
Considerando só o custo das internações, o sistema de saúde gasta mais de R$ 200 milhões/ano com acidentes.
Com 44%, Rio de Janeiro lidera diminuição; São Paulo reduz 8%
O Rio liderou a queda de mortes no trânsito no ano passado. Segundo dados do SUS, elas passaram de 3.047 em 2012 para 1.692 (44%).
Em seis Estados houve ligeiro aumento. O maior deles, de 4%, foi na Paraíba. Os outros foram Pará (1%), Mato Grosso (1%), Mato Grosso do Sul (2%), Roraima (2%) e Sergipe (2%). Em São Paulo houve redução de 8% nas mortes, que passaram de 7.003 para 6.469.
Para Fernando Avelino, presidente do Detran (Departamento de Trânsito) do Rio, o principal motivo da queda no Estado é a Operação Lei Seca, que promove blitze intensivas desde 2009.
Entre as maiores cidades do país, Sobral (a 235 km de Fortaleza) foi a que teve maior índice de mortes.
Foram 210, o que representa índice de 106 por 100 mil habitantes, mais de cinco vezes a média nacional. Metade das mortes foi de ocupantes de motocicletas.
A cidade teve um "boom" econômico recente, segundo especialistas, sem uma melhora compatível na infraestrutura e na fiscalização. A frota dobrou em apenas cinco anos, puxada pelas motocicletas, que cresceram 136%.
Fonte: Folha de S. Paulo, 10 de novembro de 2014

Categoria: Geral


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