No pior cenário esperado, o avanço seria de 2,9% ao ano, chegando a 6,3 milhões de unidades vendidas em 2034; e numa expectativa mais otimista, de expansão dos licenciamentos na ordem de 4,3% ao ano, seria criado um mercado de 8,3 milhões. O estudo "2034 - Uma Visão do Futuro" foi apresentado dia 6, pelo presidente da Anfavea, Luiz Moan, em evento paralelo ao Salão do Automóvel de São Paulo, que se encerrou dia 9, no Anhembi.
De acordo com o estudo, o número de habitantes por veículo cai de maneira proporcional ao crescimento do PIB per capta. Para comprovar essa tese, a Anfavea tomou o exemplo de 15 países (incluindo o Brasil) e cruzou a evolução da renda com a taxa de motorização entre 2001 e 2012. Em todos os casos, houve aumento da frota circulante conforme o PIB cresceu. O exemplo brasileiro mostra que o PIB per capta era menor que US$ 5 mil/ano em 2001 e o País tinha quase 10 pessoas para cada veículo em circulação, enquanto em 2012 a renda média subiu para pouco acima de US$ 11 mil e a motorização chegou a 5,1 habitantes/veículo.
"Isso só comprova que o mercado brasileiro ainda tem muito espaço para crescer e justifica todos os investimentos que a indústria vem fazendo aqui", avalia Moan. "Veja o exemplo dos Estados Unidos, que tem renda per capta acima de US$ 50 mil por ano e lá a taxa é de 1,2 veículo por habitante", acrescenta. Ele também citou mercados parecidos com o Brasil onde a taxa de motorização já é mais alta, como México, com PIB per capta em torno de US$ 15 mil/ano e 3,7 habitantes/veículo, e Argentina com cerca de US$ 18 mil/ano e 3,6 habitantes/veículo.
A expectativa da Anfavea é que o PIB brasileiro evolua ao ritmo médio de 3% ao ano até 2034, chegando a US$ 4 trilhões, com aumento da população em 0,5% ao ano, de 201 milhões hoje para 226 milhões de habitantes em 2034, o que faria a renda per capta crescer à taxa de 2,4% ao ano, para US$ 17,9 mil/ano. Com isso, segundo calcula a entidade, a taxa de motorização iria dos atuais 5,1 para 2,4 habitantes por veículo, chegando assim ao mercado de 7,4 milhões de licenciamentos por ano e frota circulante de 95,2 milhões, ou 2,4 vezes o tamanho da frota atual de 40 milhões.
O cenário mais pessimista traçado pela Anfavea é de crescimento anual médio de 2,5%, com PIB per capta de US$ 3,65 mil em 2034, com 2,7 habitantes/veículo e frota de 84,6 milhões. Na perspectiva mais otimista, os números mudam para avanço de 3,5% ao ano, renda de US$ 19,6 mil, 2,1 habitantes/veículo e 105,5 milhões em circulação.
Segundo Moan, o crescimento esperado do mercado vai se dar no interior do País. Ele lembra que a região metropolitana de São Paulo já tem taxa de motorização equivalente aos principais países europeus, em torno de 2 habitantes por veículo, enquanto ainda existem áreas no Brasil com taxa superior a 10.
Fonte: revista Automotive Business, 6 de novembro de 2014