Segundo Moan, existem fatores que tendem a puxar as vendas para cima neste fim de 2014. O primeiro deles é o aquecimento natural dos negócios que costuma acontecer todos os fins de ano, quando o mercado é irrigado com o pagamento do 13º salário. Aliado a isso, existe a expectativa de aumento de preços dos veículos a partir de janeiro, com o fim do desconto de IPI mantido pelo governo só até dezembro, o que deve fazer o consumidor antecipar sua compra. "No Salão do Automóvel (que terminou dia 9) vimos muitos consumidores que vieram para ver os lançamentos e pesquisar o que querem comprar", disse o dirigente.
Sobre o atual desconto do IPI, Moan afirmou que até agora a posição do governo é de aumentar o imposto a partir de janeiro. Com isso, em janeiro a alíquota para carros 1.0 subirá de 3% para 7%, nos modelos com motorização flex até 2 litros de 9% para 11% e gasolina de 10% para 13%, e para os utilitários leves de 3% para 4%. "São aumentos que certamente terão impacto importante nos preços", garante o dirigente. "Mas vamos sempre continuar lutando por uma carga tributária menor, pois no Brasil se pratica a maior tributação do mundo sobre veículos", acrescentou.
O presidente da Anfavea disse também que espera para ainda este ano a sansão da legislação que permite a retomada rápida de carros de inadimplentes. "Isso vai premiar o bom pagador e deve liberar mais crédito no mercado", avalia.
De janeiro a outubro as vendas de veículos estão em queda de 8,9% sobre o mesmo período de 2013, com 2,83 milhões de veículos emplacados. Apesar da baixa, Moan ressalta que o desempenho do segundo semestre está melhor do que no primeiro, como previa a entidade. Na comparação dos últimos quatro meses com os primeiros quatro do ano, os licenciamentos estão 5,5% maiores. A projeção da Anfavea é que os emplacamentos na segunda metade de 2014 cheguem a 1,9 milhão de unidades, número que será 14,3% acima dos 1,66 milhão de emplacamentos verificados no primeiro semestre.
PROJEÇÃO
A Anfavea manteve sua projeção de 3,56 milhões de veículos vendidos este ano, o que significa queda de 5,4% sobre 2013, mas o presidente da entidade já admite que este número não deverá ser alcançado. "Decidimos não refazer as previsões agora porque esperamos por certo aquecimento das vendas neste fim de ano, mas reconhecemos que o viés é de baixa, porque sabemos da dificuldade em atingir este número", disse.
Fonte: revista Automotive Business, 6 de novembro de 2014