O parque Ibirapuera, a área de lazer mais conhecida e freqüentada de São Paulo, terá zona azul em breve. A implantação da cobrança nos estacionamentos já foi aprovada pela gestão Gilberto Kassab (PFL).
Segundo o secretário do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge, a implantação deve ocorrer "neste início do ano", mas a data exata ainda depende da Secretaria dos Transportes -a quem cabe ainda definir valores, tempo de permanência na vaga e se a cobrança valerá para todas as mil vagas ou não.
Jorge diz que o objetivo da medida é aumentar a rotatividade das vagas e dar mais conforto aos freqüentadores -hoje, principalmente em horários de pico, é comum uma espera de 40 minutos para estacionar.
O problema ocorre porque, além da grande procura por usuários, há também pessoas que deixam o carro parado no parque para ir ao Detran e imóveis comerciais da região.
O Ibirapuera receberá uma "zona azul especial" -o preço deve ser menor que o habitual R$ 1,80 por hora e será permitido ficar mais tempo na vaga.
O presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego, Roberto Scaringella, afirmou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que detalhes precisam ser definidos e, que, por isso, ainda não há uma data estabelecida para a implantação.
Para o secretário Eduardo Jorge, a zona azul é uma solução provisória para o problema da falta de vagas no parque.
Ele disse que já solicitou ao secretário municipal dos Transportes, Frederico Bussinger, a colocação de um ônibus circular que sairia das estações de metrô Paraíso e Ana Rosa e passaria por todos os portões do Ibirapuera.
Garagem subterrânea
Outro pedido da pasta foi feito à Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), para que analise a viabilidade de criar garagens subterrâneas no local.
O último projeto proposto de estacionamento subterrâneo para o Ibirapuera, de 2004, na gestão Marta Suplicy (PT), previa a construção de quatro garagens, com 5.740 vagas. Após muita polêmica, o projeto acabou sendo suspenso.
A administradora do parque, Francisca Cifuentes, acredita que a zona azul melhorará o problema da falta de vagas em 70%. No ano passado, ela chegou a mandar um ofício para uma corretora de imóveis da região para pedir que os funcionários da empresa deixassem de usar o estacionamento do local. Porém, não surtiu efeito.
Apesar de sofrerem com a falta de vagas, muitos dos freqüentadores criticam a medida. "Não quero pagar para vir ao parque. Às vezes está cheio, mas é só rodar um pouco para achar uma vaga", diz a fisioterapeuta Taísa Kelly Maciel, 23.
Fonte: Agora São Paulo (São Paulo), 31 de janeiro de 2007
Folha de São Paulo (São Paulo), 31 de janeiro de 2007