Todo ano é a mesma coisa. Enfrentar as prévias do carnaval de Olinda de carro pode ser sinônimo de dor de cabeça. Os mais desavisados ou mal-intencionados têm estacionado onde não devem e vão ganhar multas. Os campeões de barbeiragem estão dando sinal de vida principalmente na Avenida Sigismundo Gonçalves.
As filas de carro invadem o meio-fio no sentido Olinda/Recife e no sentido contrário também, formando filas duplas e provocando a retenção do trânsito. A situação fica pior porque, segundo a Diretoria de Transporte do município, os flanelinhas têm pintado o meio-fio de branco e até arrancado as placas de sinalização para ganharem mais clientes.
Veículos invadem áreas do sítio histórico atrapalhando a passagem dos blocos carnavalescos (E). Ruas da cidade alta estão sendo disputadas por vendedores do comércio ambulante. Fotos: Inês Campelo/DP
"Estamos orientando as pessoas, chegando com o Batalhão de Trânsito, mas o trabalho está sendo muito difícil porque tem muita gente", admitiu a diretora de transporte, Eliane Cavadinha.
Segundo ela, a Avenida Sigismundo Gonçalves, principal via de escoamento do trânsito, não está sinalizada como deveria, o que causa mais problemas. "Estamos em licitação para reorganizar o trânsito em Olinda, e essa avenida está incluída na ação", justificou.
Para agravar a situação, apenas dois estacionamentos oficiais foram disponibilizados até agora pela prefeitura. No entanto, um deles, o do Sítio de Seu Reis, está sendo alvo de constantes arrombamentos de carros.
Apesar de oficiais, os estacionamentos estão repletos de flanelinhas que distribuem papéis cobrando R$ 5 por vaga. Rivaldo de Albuquerque divide com mais três colegas a tarefa de cuidar dos carros. "O povo está pagando sem reclamar", comemorou. A prefeitura está negociando o estacionamento do Centro de Convenções aliado ao expresso folia até o carnaval
Bloqueios
Os bloqueios para impedir a entrada de veículos que não sejam de moradores também apresentam problemas. Um dos mais falhos é o instalado no Largo do Amparo. "Por ser um lugar maior, os motoristas querem furar o bloqueio", admitiu um guarda municipal.
As falhas na infra-estrutura da festa podem ser observadas também no comércio ambulante que invade ruas do Sítio Histórico. Muitos vendedores estão dormindo nas ruas para assegurar espaço. "Se a fiscalização ver a gente aqui parado, manda sair", disse uma comerciante de bebida que na tarde de ontem dividia espaço na calçada da Rua Bernardo Vieira de Melo ao lado de quatro filhos pequenos.
Fonte: Diário de Pernambuco (Pernambuco), 29 de janeiro de 2007