Ao menos seis cidades do país possuem metrô, que, somados, chegam a 254 km -número que pode variar, pois algumas delas consideram trens urbanos como metrôs.
De qualquer forma, é bem menos, por exemplo, do que a capital inglesa (402 km) e Nova York (368 km).
Fora São Paulo e Rio - que, embora tenham redes insuficientes, devem dobrá-las nos próximos anos -, os projetos em curso empacaram.
Porto Alegre, Salvador e Curitiba, que juntas têm 6,2 milhões de habitantes, vivem um roteiro parecido, com idas e vindas de projetos e dificuldades de financiamento.
Na capital gaúcha, o custo estimado para a construção é de R$ 5 bilhões - mais do que o gasto com os estádios da Copa, já prontos. O valor se refere a um ramal único, de 10 km, que beneficiaria parte restrita do município.
A frustração é ainda maior porque o traçado original foi reduzido para cortar custos.
A obra foi lançada em evento em 2011, com a presidente Dilma, mas até hoje nem a forma de financiamento foi definida.
Em Curitiba, a troca de comando na prefeitura, no começo do ano, levou a uma reavaliação de todo o projeto.
A pedido do prefeito Gustavo Fruet, um grupo estudou o que havia sido anunciado e concluiu que os custos estavam subestimados.
O previsto em 2011 era uma linha de 14 km ao valor de R$ 2,3 bilhões. Os novos estudos apontam o dobro, em parte devido a um prolongamento da linha. Também não há prazos definidos.
Se as duas capitais do Sul tentam superar obstáculos para começar de vez a construção, em Salvador a dificuldade é inaugurar uma obra que se arrasta desde 1999.
O metrô de Salvador nunca transportou nenhum passageiro e já foi alvo até de CPI. Neste ano, teve sua responsabilidade transferida da prefeitura para o Estado.
Com seis estações prontas, a nova promessa é deixar a linha inaugural pronta a tempo da Copa do Mundo.
"É preciso envolver todas as esferas e firmar um compromisso de que, independentemente de quem ganhe as eleições, haverá projeto", diz o engenheiro Miguel Bahury, ex-presidente da Metrô-RJ e consultor em transportes.
Fonte: Folha de S. Paulo, 12 de outubro de 2013