Oliveira também aponta dados que mostram a queda na mortalidade de crianças no trânsito após a vigência da lei. "Em 2009 ocorreram 33 mortes de crianças de 0 a 9 anos de idade. Já em 2010, foram 14 ocorrências do tipo, o que mostra que o uso desse equipamento de segurança ajudou a diminuir as mortes de crianças", enumera.
Apesar do rigor, dificilmente uma blitz vai além do critério "tem/não tem". Tanto por questões práticas, quanto pelo fato da lei brasileira não exigir, a qualidade da cadeirinha e de seu nível de segurança ficam fora da mira da fiscalização.
Sem a determinação de um padrão efetivo para o país, encontram-se cadeirinhas de todos os modelos - fixação por cinto de segurança, por alças e por ganchos -, de diferentes procedências e preços variados. É claro que o perigo não está na variedade, mas na confusão que ela pode gerar, caso o comprador opte pelo modelo de menor preço, sem atentar aos critérios de segurança.
Há ainda o fator da durabilidade da cadeirinha. Embora muitos fabricantes informem que o produto tem prazo de validade indeterminado, dependendo apenas da preservação do tecido e das estruturas de apoios, é preciso lembrar que nenhum dos dispositivos - bebê-conforto, cadeira de segurança e booster - pode voltar a ser utilizado após um acidente, mesmo que tenha cumprido sua função e livrado a criança de ferimentos.
Segurança total?
Em todos os casos de uso previstos no Brasil, a proteção se dá por conta do cinto de segurança, que retém o movimento da cadeirinha e da criança presa a ele, evitando o arremesso contra a estrutura do carro ou contra outros passageiros em caso de acidente.
A falta de manual de instruções, explicação correta ou desatenção, porém, pode levar ao uso incorreto do cinto de segurança no momento de prender a cadeirinha. De acordo com especialistas, a cadeirinha mal fixada - e manter um cinto de segurança mal ajustado ou afivelado incorretamente não é algo raro - pode provocar de lesões simples a acidentes com risco de ferimentos graves com a projeção da criança e da cadeirinha para frente do carro com velocidades em torno dos 40 km/h.
Fonte: Folha de S. Paulo, 2 de setembro de 2011