A companhia não divulgou o balanço das multas no período nem a Prefeitura mudou rotas de ônibus para atender os motoristas que ficaram sem lugar para estacionar. Enquanto cresce a procura e a oferta permanece a mesma, grande parte dos estacionamentos aumentou as cobranças, tanto mensais quanto avulsas. A reportagem do Estado visitou 12 estacionamentos e afirma que seis aumentaram as tarifas depois das mudanças. Nos Jardins, a tarifa da primeira hora aumentou em torno de R$ 4,00 por dia - e R$ 20,00 por mês.
No entanto, para o presidente do Sindicato das Empresas de Garagens e Estacionamentos do Estado de São Paulo (Sindepark), Sergio Morad, as alterações não provocaram uma corrida pelos estacionamentos. "A região dos Jardins teve um pequeno incremento de 3% nas vagas rotativas. Já na Consolação, os estacionamentos não sentiram esse aumento, até porque são poucas ruas afetadas com as novas regras", diz. A CET acabou com 26% das vagas de Zona Azul. Dentre as 1.902 nos Jardins, 636 foram desativadas e 123 criadas. Na Consolação, 45 vagas foram extintas e 42, instaladas. Além disso, a CET mudou os pontos de táxis, ampliou os horários de restrição ao estacionamento e proibiu a parada definitivamente em alguns trechos. A CET pretende ampliar as restrições para outras áreas.
A melhora na fluidez é sentida principalmente no período da manhã. "À tarde, o trânsito já começa a complicar e é bem difícil encontrar vagas de Zona Azul", diz o vendedor Carlos Wei, que costuma visitar os clientes na região dos Jardins. Cada visita dura cerca de meia hora. "Pago R$ 1,80 por boleto de Zona Azul e a tarifa da primeira hora do estacionamento é de R$ 10,00. Para mim, não compensa parar em um estacionamento." Dificuldades para estacionar também foram encontradas pelo motorista particular Laércio Mendonça na Alameda Jaú. "Temos de disputar a vaga de Zona Azul com as caçambas. Cada uma tira a vaga de um carro." Atrás do seu automóvel, quatro caçambas formavam uma fileira. O flanelinha Gilmar é um dos mais descontentes com as mudanças. Na Rua Haddock Lobo, onde trabalha, era permitido estacionar nos dois lados da via. Agora, é proibido parar no lado par. "Tenho de concorrer com os serviços de valet que também utilizam as ruas."
Já o ponto de táxi na esquina da Rua Joaquim Eugênio de Lima com a Alameda Sarutaiá continua no mesmo lugar, mas os veículos agora estacionam do outro lado da rua. Os clientes têm de atravessar para embarcar. "Damos uma corridinha para atender o telefone (que ficou do outro lado da rua)", diz o taxista Carlos Rago.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 4 de setembro de 2008