É o caso da professora Miriam Ferrari, que guardava a bicicleta no posto de atendimento da Estação Vila Madalena, na Linha 2-Verde, já fora de operação. Para ela, o fechamento mostra o descaso do poder público com quem anda sobre duas rodas na capital. "Vai na contramão até da tentativa de melhorar a fluidez dos carros, pois desestimula motoristas que poderiam ir de bike."
Jornaleiro em uma banca ao lado do bicicletário desativado, Carlos Orlei conta que o espaço deixou de existir de repente há dois meses e que muita gente ainda é pega de surpresa.
As outras estações que enfrentam problemas semelhantes são Sé, Brás, Carrão, Corinthians-Itaquera, Santa Cecília e Marechal Deodoro, na Linha 3-Vermelha, e Vila Mariana, Paraíso, Santana, Liberdade e Armênia, na Linha 1-Azul. Nelas, os pontos de aluguel e parada de bicicletas fecharam as portas ao longo dos últimos meses.
O Metrô alega que, "por problemas de gestão", o Instituto Parada Vital, ONG responsável pela manutenção dos bicicletários, "não cumpriu o acordo que tinha, (...) deixando de oferecer o serviço em algumas estações". Procurada, a instituição informou que "ficou momentaneamente sem patrocinador" e, por isso, teve que fechar os bicicletários de modo temporário. Também disse que a reabertura está prevista para fevereiro.
Entretanto, a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos, que administra o Metrô, divulgou que ela própria "busca novos parceiros para a oferta do serviço". Um plano de contingência faz com que os bicicletários operem em cinco estações: Anhangabaú, Palmeiras-Barra Funda e Guilhermina-Esperança, na Linha 3, Butantã, na Linha 4-Amarela, e Jabaquara, na Linha 1-Azul. Nas três primeiras, só é possível estacionar as bicicletas. Nas demais, também se oferece o empréstimo.
No ano passado, só nos bicicletários fechados, foram feitos cerca de 22 mil empréstimos.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 11 de janeiro de 2013