Os economistas do mercado financeiro voltaram a elevar, na semana passada, sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo o relatório de mercado, também conhecido como Focus. O documento é fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras. Na semana anterior, a previsão tinha recuado.
Segundo informou o Banco Central nesta segunda-feira (20), a expectativa dos economistas dos bancos para a inflação oficial do país neste ano somou 8,23% na última semana, contra 8,13% na semana anterior. Para2016, aprevisão dos economistas para o IPCA ficou estável em 5,6%.
Se confirmada, a previsão do mercado para a inflação de 2015 (de 8,23%) atingirá o maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%. A expectativa oficial do governo para a inflação deste ano, divulgada na semana passada, por meio do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, está em 8,2%. A equipe econômica informou que está utilizando as previsões do mercado financeiro em seus documentos.
Inflação pressionada
Segundo economistas, a alta do dólar e dos valores administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressionam os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.
Em março, a inflação oficial ficou em 1,32%, depois de avançar 1,22% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a maior desde fevereiro de 2003, quando atingiu 1,57%, e a mais elevada desde 1995, considerando apenas o mês de março.
Taxa de juros
Após o Banco Central ter subido os juros para 12,75% ao ano no início de março, o maior patamar em seis anos, o mercado manteve sua expectativa para a taxa Selic, na semana passada, em 13,25% ao ano para o fim de 2015. Para o fechamento de2016, aestimativa dos analistas permaneceu em 11,50% ao ano.
Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 recuou de R$ 3,25 para R$ 3,21 por dólar. Para o término de2016, aprevisão dos analistas para a taxa de câmbio ficou estável em R$ 3,30 por dólar.
Fonte: G1/Brasília, 20 de abril de 2015