Na apresentação, a gerente de Planejamento de Marketing e Comercialização de Combustíveis da estatal, Rosane Piras Lodi, lembra que a perda de participação do etanol para a gasolina alcançou patamares de períodos anteriores à popularização da tecnologia flex fuel.
O diretor da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), Antônio de Pádua Rodrigues, reclama que a política do governo de controle do preço da gasolina tirou competitividade do setor. Isto porque, ao contrário do etanol, a gasolina não acompanhou a tendência dos preços no mercado internacional.
Além da perda de competitividade, para Pádua o que mais incomoda é a falta de previsibilidade nos preços. Cenário que pode melhorar com a perspectiva de a Petrobrás adotar uma nova metodologia de reajustes. O tema será definido até a reunião do Conselho de Administração da estatal de 22 de novembro.
A maior previsibilidade é bem-vista pelos produtores de etanol, que não abandonam a cautela. "Não há nenhuma perspectiva de retomada das instalações de etanol se não houver um cenário de previsibilidade", disse Pádua.
Plínio Nastar, da consultoria Datagro, também acredita que a simples adoção de uma nova metodologia de preços não é suficiente para resolver os problemas de desequilíbrio criados ao longo de anos de subsídios à gasolina. A estratégia de controlar o preço do insumo tirou competitividade da indústria de etanol no País, jogando por terra as esperanças do setor de decolar, o que parecia bem encaminhado no início do primeiro governo Lula com o apoio a expansão dos carros flex.
Fonte: Agência Estado, 14 de novembro de 2013