A FGV selecionou 34 serviços que integram o IPC. Desses, somente 14 subiram abaixo da inflação. "Isso mostra que há um aumento generalizado", diz André Braz, coordenador do IPC da FGV. Entre as maiores altas estão serviços mais sofisticados e menos acessíveis, como teatro (14,86%) e hotel (11,29%). Também no topo ficou a refeição fora de casa, cujo aumento em 12 meses foi de 10,85%. "O cenário de expansão do emprego e da renda permitiu o aumento do consumo. As empresas perceberam isso e reajustaram suas tabelas, já que o consumidor estava mais propenso a gastar."
E a mola propulsora para o crescimento do consumo foi o aumento da massa salarial, que avançou 8,3% na média deste ano (janeiro a agosto), segundo o IBGE. Com mais dinheiro no bolso, os consumidores gastaram mais e viram o preço de serviços utilizados em seu dia-a-dia subirem com força. Foi o caso de lavagem e lubrificação de veículos (10,33%), estacionamento (10,27%), reparos em residência (9,52%), costureira (8,76%), médico (8,53%) e excursões (7,68%).
Entre as altas que superam a inflação média estão ainda a academia de ginástica (7,45%), salão de beleza (6,97%) e lavanderia (6,65%). Até morrer ficou mais caro: o serviço funerário aumentou 5,72% em 12 meses.
As tarifas públicas, reguladas, não integraram o levantamento.
Fonte: Folha de S. Paulo, 11 de novembro de 2008