O público dos parques estaduais que passaram a cobrar pelo estacionamento continua com opiniões divididas dois meses após a mudança. O Bom Dia São Paulo não constatou melhorias de infraestrutura depois das cobranças.
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente anunciou a cobrança pelo estacionamento dos parques Villa-Lobos, Cândido Portinari, Água Branca, Horto Florestal e Parque da Juventude justificando que a medida geraria receita para investir na segurança e no atendimento dos espaços.
Desde o anúncio, os carros pagam R$ 5 por até duas horas de estacionamento, e R$ 10 até 12 horas. As motos pagam R$ 2,50 por até duas horas e os ônibus, R$ 20,00 pelo mesmo período.
No estacionamento que serve tanto para o Villa-Lobos quanto para o Cândido Portinari, a cobrança começou no dia 5 de fevereiro. O personal trainer Michel Soares, que dá aulas nos parques todos os dias, diz que sentiu a mudança no bolso. “Gasto uma média de R$ 120, R$ 150 reais. Meus alunos questionam: ‘tenho que pagar personal mais parque?’”, conta Michel.
Mas há quem veja um lado bom da cobrança. A empresária Regina Ferreira se sente mais protegida: “Percebi que está mais organizado. O pessoal que pegava duas vagas agora está parando certinho. Antes não tinha quem se responsabilizasse por riscos ou danos. Agora tem uma empresa tomando conta. Está bem mais organizado”.
O novo estacionamento do Parque da Juventude, no Carandiru, começou a operar dia 2. “Eu já pagava esse valor do lado de fora por causa da segurança”, conta o enfermeiro Ricardo Siqueira.
O estacionamento do Horto Florestal, que funciona desde o dia 25 de março, ainda não cativou o público, já que é distante do parque. “Os 'flanelinhas' auxiliam a estacionar e não estipulam preço. A gente dá o quanto quer”, argumenta a produtora de eventos Adriana Cutrim.
Entretanto, a empresa responsável pelo estacionamento diz que já conseguiu promover melhorias na área, como o recapeamento, e promete investir na sinalização, em um guarda-corpo e no plantio de árvores.
No estacionamento do Parque da Água Branca, que funciona desde o dia 6 de março, a cobrança deve intimidar os estudantes e trabalhadores da região, que se habituaram a ocupar as vagas do parque.
A analista de sistemas Francinny Martins lamenta a cobrança porque os pais aposentados perdem uma opção gratuita para se exercitar. “Fiquei chateada porque eles vinham duas ou três vezes por semana e agora eles só vêm no dia da feirinha”, contou.
Fonte: G1, 03/04/2017