A via para bicicletas ficará no canteiro central, que será alargado, e vai reduzir a largura das faixas de carro e ônibus. Durante as obras, uma faixa da avenida deve ser interditada em cada sentido. A ciclovia terá 3,8 km e faz parte da promessa de Haddad de criar 400 km de pistas para bicicletas até o final de 2015 - já foram entregues 58 km.
A da Paulista terá conexão com outras sete ciclovias, que serão criadas em ruas como Pamplona e Frei Caneca. Estes trechos devem ser implantadas ainda neste ano, segundo o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto. Neste caso, as ciclovias seguirão o padrão de outras já implantadas na cidade e ficarão à direita, junto à calçada.
O custo de implantação é de cerca de R$ 200 mil por km. A ideia era fazer a ciclovia da Paulista neste ano. Mas as obras ficaram para 2015, segundo Tatto, para evitar mais transtornos na via na época de fim de ano, quando ela recebe decoração natalina e entope.
"Minhoquinho"
O projeto da prefeitura prevê que a largura das três faixas de carro em cada sentido será reduzida dos atuais 3 m para 2,8 m. A dos ônibus passará de 3,5 m para 3,3 m. Motociclistas reclamam do estreitamento.
Dizem que ele amplia o risco de colisões, pois eles circulam entre os carros. Para Tatto, a redução da largura das faixas não vai comprometer a segurança, já que elas são maiores que o limite mínimo (2,5 m) e compatíveis com a velocidade máxima da via (50 km/h). Vilma Peramezza, síndica do Conjunto Nacional e integrante da Associação Paulista Viva, questiona o projeto.
"Vai ter risco para os pedestres, que são maioria na Paulista e vão ficar no meio da ciclovia. Eles dizem que o canteiro hoje tem 3,5 m, mas mandei medir e na frente do prédio são 2,4 m. Não sei onde as pessoas vão esperar para cruzar a avenida", afirma. O secretário afirma que o espaço dos pedestres será preservado e que poderá haver adequações no ciclo dos semáforos se for necessário. "Acho que fizeram o projeto meio de afogadilho, não sei se mediram tudo direito. Vamos virar Berlim? Tudo bem, nada contra ciclovia, mas lá eles não fazem nada sem estudar muito bem antes. Se a obra ficar ruim, pode virar um minhoquinho ", diz Vilma.
Fonte: Folha de S. Paulo, 10 de agosto de 2013