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A ciclovia só vai funcionar quando for integrada ao sistema geral de transportes, em São Paulo. A afirmação é do especialista em planejamento e gerenciamento de transporte coreano Ilkwon Chae, que participou da reunião do Conselho de Política Urbana (CPU) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), dia 2.
Chae contou como os países asiáticos vêm tratando a questão de mobilidade e modernizando suas redes de transporte. Segundo ele, a eficiência do sistema de transporte público de Seul, capital da Coreia do Sul, é resultado de três modificações implantadas pelo governo: construção de corredores de trânsito rápido para ônibus, coordenação dos serviços de ônibus e a integração dos sistemas de tarifas e bilhetagens entre os modais. "Além do grande investimento em metrô, organizamos nossas linhas de ônibus para funcionar com a eficiência do transporte ferroviário. Eles operam a cada três ou quatro minutos e sem congestionamento. Dessa forma, eles se tornam tão atrativos quanto o metrô e conseguimos gerir bem toda a demanda", diz o especialista em planejamento e gerenciamento de transporte. Ele também é professor da Universidade Nacional da Coreia do Sul e consultor do Banco Mundial, do governo coreano e de outros países asiáticos como Malásia, Singapura, Filipinas, Vietnã e Indonésia. "Também investimos na implantação de ciclovias, estacionamentos, sinalização e oficinas para reparo e manutenção. Tudo isso para incentivar o uso da bicicleta", completou.
Isolamento
Chae também criticou a forma como o transporte público é gerenciado em São Paulo.
"Cada projeto me parece estar sendo tratado de maneira isolada. A Prefeitura cuida de ônibus e ciclovias. O Estado da rede ferroviária e ainda temos as privatizações. Não existe um projeto integrando todos os modais. O governo de São Paulo precisa achar financiamento para melhorar essa infraestrutura", ensina. Para o vice-presidente da ACSP e coordenador do Conselho de Política Urbana (CPU) da ACSP, Antônio Carlos Pela, é preciso vontade política para elevar o padrão de transporte vivido pelos paulistanos.
"As pessoas querem se deslocar e chegar ao seu destino. Só nos falta transporte de qualidade e vontade política", disse Pela. Na opinião de Josef Barat, economista e coordenador do Núcleo de Estudos Urbanos (NEU) da ACSP, a atual situação vivida pela capital paulista é reflexo de uma escolha feita no passado.
"A opção do Brasil foi pela indústria automobilística. De qualquer forma, criamos essa cultura do carro. Não produzimos tecnologia, somos dependentes da tecnologia estrangeira e, sinceramente, me parece que sofremos o impacto dessa escolha no que se refere ao transporte público", disse Barat.
Mobilidade: falta vontade política, diz especialista.
A cidade de São Paulo passa por um momento de grandes debates e polêmicas no que se refere à mobilidade urbana, em especial as novas ciclovias. Na Coreia do Sul, essa discussão ganhou força na década de 1970, quando o governo buscou modelos para um projeto de expansão ferroviária.
Hoje, a capital do país asiático possui quase mil quilômetros de rede ferroviária e pretende construir outros 250, até 2020.
Fonte: Diário do Comércio, 3 de outubro de 2014

Categoria: Geral


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