A distância entre um conjunto de suportes e outro deve ser de cerca de 200 metros. O prefeito Fernando Haddad explica que a ideia é integrar o transporte ciclístico ao coletivo. "Estamos analisando para colocar [paraciclos] nos pontos de ônibus. Às vezes, as pessoas não querem levar as bicicletas nos ônibus, mas querem deixá-las estacionadas", disse.
O formato escolhido agrada a ciclistas, já que oferece apoio para a bicicleta inteira, permitindo que o quadro e as rodas fiquem presos. Antônio Miotto, 48, porém, ressalta que a prefeitura deve planejar o local onde as estruturas serão instaladas. "Não adianta colocar ciclovias pela cidade se não tiver lugar para parar as bicicletas. Mas também não adianta colocar os paraciclos em qualquer lugar. É preciso planejamento. Colocar os suportes onde há grande fluxo de pessoas e onde não atrapalhe os pedestres", afirma o ciclista. A possibilidade de obstrução da passagem é a principal ressalva feita por especialistas em relação à medida. Dependendo da posição dos suportes, um conjunto de três paraciclos poderá ocupar mais do que dois metros.
"O pedestre tem que ser a prioridade na cidade, nada pode atrapalhá-lo", diz Horácio Figueira, consultor em engenharia de tráfego e transporte, mestre em engenharia de transportes pela USP. Para isso, ele defende que as calçadas sejam adaptadas para receber as paradas. "Nem que, para isso, tenha que diminuir a pista para o ciclista ou o motorista."
Passarelas
Também a partir deste mês, a prefeitura promete começar o programa de ciclopassarelas sobre as marginais Tietê e Pinheiros. A primeira será instalada na ponte da Casa Verde e ligará as avenidas Braz Leme e Barra Funda, ao lado da pista sentido centro. De acordo com a CET, há estudos para colocar passagens para bicicletas nas pontes Freguesia do Ó, do Piqueri, Cidade Universitária, Eusébio Matoso, Cidade Jardim e do Socorro.
Fonte: Folha de S. Paulo, 1º de outubro de 2014