O apagão não chegou a durar uma hora, mas causou muitos problemas. Quem escapou da área, mas teve de seguir pelas Marginais, encontrou mais dificuldades, em função de vários acidentes.
Para Marcos Cintra, economista e vice-presidente da Fundação Getúlio Vargas, além do tempo, a cidade perde competitividade econômica. "Não dá para marcar reuniões em locais diferentes no mesmo dia porque pode ser que não se chegue ao segundo local", afirma. "O problema do trânsito é uma situação de emergência. Se continuarmos do jeito que estamos, em cinco anos teremos colapso total. Será como um filme: as pessoas vão ter de deixar os carros nas ruas e seguir a pé", diz Cintra. Para ele, a solução imediata para São Paulo é a redistribuição dos veículos nas ruas menos utilizadas. "Quem sobrevoa a cidade vê que 80% das vias são ociosas. O nosso modelo direciona o trânsito para as vias arteriais, que ficam sobrecarregadas."
Fonte: O Estado de S. Paulo (SP), 5 de março de 2008