Seus primeiros carros dominaram os eventos ingleses de trial (provas de habilidade com obstáculos) e de velocidade para automóveis. Mas o sucesso na competição não se refletiu em segurança financeira e, em 1947, o industrial britânico David Brown comprou a companhia. O DB4 de 1958 foi o primeiro Aston realmente moderno e seu sucessor, o DB5 (foto), foi o mais famoso, fazendo o papel de carro de James Bond em seus filmes de espionagem, com maior destaque para o filme "007 Contra Goldfinger".
Desde o modelo DB2 a Aston produzia um veículo de bom desempenho em torno de um forte motor de seis cilindros em linha. A Aston, que sofria cada vez mais restrições orçamentárias, lançou um motor V-8 de 5,3 litros com o DBS em 1969, e durante os anos 70 e 80, baseou sua produção nesses caros carros de grã-turismo, construídos em torno de seu vigoroso motor.
Modelos como o Vantage V-8 e o Virage foram pesos-pesados que conquistaram mais respeito do que paixão. Isso começou a mudar na metade dos anos 1990, quando a Aston voltou para a fórmula de seis cilindros em linha com o DB7, um belo cupê que sinalizou um ressurgimento dos Astons como objetos de desejo por causa de seu visual e de seu elevado desempenho.
O Aston Martin DB1
A pequena Aston Martin estava passando por problemas financeiros na época em que o industrial David Brown a adquiriu em 1947. É claro que a firma já tinha uma história de altos e baixos. O primeiro Aston Martin foi fabricado em 1914, embora as vendas não tenham começado até 1921, enquanto os anos 30 trouxeram tempos difíceis, diversas mudanças de donos e nenhum modelo totalmente novo.
A tomada de controle por parte de David Brown possibilitou novos investimentos e chegou ao mercado, em 1948, o Aston Martin DB1. A designação DB obviamente indicava o primeiro modelo de David Brown. Embora muito bem projetado, o chassi do DB1 era adequado apenas para uma produção limitada. Isso sem dúvida tornou a produção do carro extremamente cara.
Na verdade, o DB1 era pouco potente, e somente 15 unidades foram vendidas. Seu motor de 2 litros produzia respeitáveis 91 cv (potência bruta SAE), mas isso era quase que totalmente anulado pela pesada carroceria do conversível de quatro lugares que compreendia a maioria dos exemplares.
O Aston Martin DB5
No outono europeu de 1963 nascia o Aston Martin DB5. Embora mantivesse o chassi básico, o desenho da carroceria e o trem de força do último modelo DB4, o mais novo Aston era novamente um carro diferente em muitos aspectos. É interessante notar que, embora tenha sido fabricado por mais dois anos apenas e tenham sido vendidos 1.021 exemplares, ele se tornou um dos mais famosos entre todos os Astons.
A melhor forma de começar a descrever o Aston Martin DB5 é iniciar com o DB4, a partir do qual ele foi desenvolvido. A sólida plataforma de chassi de aço estampado, com 245 cm de distância entre eixos, e o motor básico seis cilindros DOHC foram mantidos, assim como a opção do cupê de quatro lugares e os modelos conversíveis levemente menos espaçosos. No entanto, um aumento de 4 mm no diâmetro dos cilindros elevou a cilindrada do motor de 3,7 para 4 litros. No modelo padrão original (com três carburadores SU), o DB5 ainda produzia 286 cv. Uma capota de aço removível permaneceu opcional para ele.
Naquela época, o Aston Martin DB era não apenas mais rápido, mas significantemente mais pesado do que nunca. O típico cupê DB5 pesava perto de 1.650 kg, 200 a mais que o DB4 de cinco anos antes. Mesmo assim, seu desempenho era bom o suficiente para alcançar 225 km/h. Mas o peso extra resultou em um maior consumo de combustível e a maioria dos proprietários logo descobriu que não conseguia mais que 6,3 km/l.
Apesar de ser um verdadeiro puro-sangue feito à mão na melhor tradição inglesa, o DB5 era um dinossauro em alguns aspectos. Por exemplo, ele ainda não tinha ar-condicionado. E também não havia direção hidráulica, de forma que era preciso ter braços fortes para tirar o melhor do carro em estradas sinuosas. Pernas fortes também ajudavam. A combinação do DB5 de estilo italiano e alguns detalhes definitivamente ingleses tinham um charme inegável, mas seus defeitos pareciam mais intoleráveis - e menos profissionais - com o passar dos anos. Corrigi-los seria a missão do próximo projeto da Aston, o DB6.
Fonte: HowStuffWorks, fevereiro de 2010