Hoje, motoristas que param em ruas próximas ao Mercadão pagam cerca de R$ 15 na primeira hora. Os consumidores dizem recorrer a estacionamentos privados e flanelinhas pois não conseguem entrar na garagem do centro de compras. "Fica uma fila imensa do lado de fora, em volta do mercado. É insuportável. Prefiro parar na rua porque posso levar a chave, mas aí tenho que pagar o flanelinha", afirma o produtor de TV Luciano Peixoto, que vai ao local toda semana.
Frequentadores da região da Rua 25 de Março aguardam a construção de uma garagem embaixo da Praça Fernando Costa para também se livrarem dos flanelinhas. "Aqui quase não tem vaga. O povo tem que levar as sacolas no trem ou achar um lugar para parar na rua mesmo", diz a vendedora Elvira França. Na Praça Roosevelt, a empresa que for escolhida pela Prefeitura não precisará fazer muitas obras, já que o complexo tem um estacionamento subterrâneo que funcionou até pouco tempo. Os estacionamentos da praça cobram R$ 8 pela primeira hora. A expectativa do presidente da Ação Local Roosevelt, Luís Cuza, é de que esses valores caiam.
A Prefeitura pretende lançar, ano que vem, licitações para pelo menos mais sete estacionamentos. Os endereços dessas novas garagens ainda não foram definidos, mas o governo trabalha com ao menos 20 possibilidades, todos próximos a estações de Metrô, de trem ou a terminais de ônibus. O número de vagas criadas pelo governo municipal ficará abaixo do que foi divulgado em novembro de 2009, quando o prefeito Gilberto Kassab (sem partido) havia proposto a construção de 64 edifícios-garagem. Os prédios fariam o número de vagas de Zona Azul subir dos atuais 35 mil para 70 mil. "Vamos deixar pronta uma política de estacionamento para a cidade, que analise áreas carentes e demandas. Vai servir como um guia para a próxima administração construir as novas garagens", alega o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Marcos Cintra.
Fonte: Jornal da Tarde (SP), 21 de setembro de 2011