O consumidor quer carro novo, mas com preço antigo. Concessionárias de São Paulo que ainda não repassaram o aumento do IPI registraram crescimento nas vendas de até 50% nos últimos dias.
É o caso de uma revenda de carros coreanos que não tem mais o modelo popular básico, de câmbio manual. Já o sedã, que custava R$ 53,4 mil, passou para R$ 66.750. Com esse aumento, de 25%, ele deixou de ser tão competitivo no mercado nacional.
Ontem, a equipe de reportagem do Bom Dia Brasil ficou quase uma hora em uma concessionária. Não apareceu ninguém para comprar carro com aumento. Os empresários confirmam que os novos preços reduziram as vendas, e a alta do dólar pode deixar os próximos lotes ainda mais caros.
"Os automóveis importados são pagos 100% em dólar do dia, da cotação. Então, o impacto é muito grande. O impacto chegou a estar 20% acima do que estava antes do aumento do IPI. Realmente, é uma infeliz coincidência, a penalização é dupla: do dólar e do IPI", aponta o sócio-diretor da empresa, Walter Raulcci.
Na concessionária de carros de luxo, o aumento do IPI também já começou a ser repassado, mas não integralmente. Por enquanto, o reajuste médio foi de 15% e não deve parar por aí.
"A grande dificuldade são os reajustes que nós teremos de fazer nos preços para poder suportar esse aumento de carga tão alto. No mínimo, de 20% a 22% de aumento nós vamos ter nesses carros", calcula Henry Visconde, diretor do grupo de concessionárias.
Levantamento da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotoras (Abeiva) indica que o estoque de carros com preços sem reajuste deve acabar até o fim desta semana. Ou seja, outubro chega com reajuste no preço dos importados.
Fonte: programa Bom Dia Brasil (Rede Globo), 27 de setembro de 2011