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Queda no faturamento dos estacionamentos no Bom Retiro

 

Quem dirige, anda de carro pela Capital, sabe que parar em estacionamento não é luxo, não é? Em muitos lugares é necessidade, mesmo. Aliás, em quase todos os lugares, naqueles bairros bem comerciais então não dá pra encontrar vagas nas ruas. O Bom Retiro sempre foi assim, mas nos últimos meses, por causa dessa crise toda na economia, muitas lojas e confecções fecharam. E o resultado disso acaba refletindo também nos estacionamentos, que estão com menos clientes.

A reportagem foi conferir como anda a situação por lá.

“Há três, quatro anos atrás, aqui era tudo lotado mesmo. Esse corredor era tudo cheio. Hoje em dia está tudo vazio mesmo.” A afirmação é de quem trabalha neste estacionamento desde 2009 e viu o movimento cair pela metade. Para não perder mais clientes, o jeito foi baixar o preço. “Antes a gente tava pedindo um preço de R$ 200,00 por mês, agora está R$ 170,00 e está difícil, diz Sergio Viana, encarregado do estacionamento. E aí se cobrar mais do mensalista. “Aí a gente vai procurar um mais barato, né? Quem tem o melhor preço ganha, com certeza”, afirma Bruno Alea, empresário.

Aqui no Bom Retiro é só dar uma voltinha no quarteirão pra entender por que o movimento caiu. O bairro que sempre foi conhecido pelas placas de promoção de roupas hoje está virando um festival de outro tipo de placa. Quando empresas, indústrias, restaurantes perdem o combustível a gente chega ao extremo de ver situações como a desse estacionamento: para deixar o carro lá, olha só, o preço é R$ 8,00, relativamente barato, ainda se comparado com outros estabelecimentos. E mesmo assim, a situação lá dentro é a seguinte: tem só um carro parado. E já passava do meio-dia, ou seja, já estava na metade do expediente de trabalho do paulistano, portanto, deveria estar cheio. E aí, os funcionários ficam o dia todo plantados, só esperando clientes que não vêm.

Perguntamos a um deles se estava dando para se manter. “Ah, está se mantendo, empurrando com a barriga. Vamos ver até onde vai dar. Eu já estou planejando fazer meu currículo pra ver em que área vou entrar, se consigo na área de estacionamento ou correr para o telemarketing, que é o que está tendo”, contou Guilherme Luiz, funcionário do estacionamento.

Dez anos trabalhando neste outro estacionamento e a Lucinéia da Silva, gerente do estabelecimento, nunca tinha visto a garagem na corda bamba do jeito que está hoje. O aluguel de R$ 14 mil não parou de subir enquanto a receita foi caindo até que foram obrigados a demitir dois dos três funcionários. “Conseguimos ficar com o ponto aberto devido a um da rua de trás que fechou e veio cliente pra gente. Aí melhorou. Já atrasamos aluguel daqui. E não conseguimos pagar a dívida, por causa desse movimento que caiu”, afirmou a gerente.

A empresa aposta em lavar carros para conseguir uma graninha extra, mas o que fez efeito mesmo foi cortar o preço da diária. Antes cobravam R$ 20,00, agora é R$ 13,00.

“Se mantém o preço alto, não tem negócio”, aponta um motorista.

Segundo o sindicato dos estacionamentos do Estado (Sindepark), a crise deu uma boa esvaziada nos pátios, o movimento caiu 30% e as garagens tiveram de reduzir em 1/3 os preços da tabela pra não perderem clientes. Ainda assim não é sempre que cabe no bolso da dona Márcia. Ela achou uma vaguinha na rua e não bobeou: preferiu pagar a Zona Azul. “Preferi parar aqui porque às vezes fica muito caro num estacionamento, está difícil, só mesmo na necessidade.”

Reflexo da crise, aí se abaixa o preço, vai se ganhar menos, pressiona o dono do terreno para baixar o aluguel e assim vai indo. Todo mundo se ajudando.

Fonte: Bom Dia Brasil (Rede Globo), 8 de maio de 2016

Categoria: Cidade


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