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Os novos modelos de funcionamento das cidades

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Por Jorge Hori*

As cidades brasileiras, num futuro próximo, tenderão a funcionar de forma muito diferente, embora mantendo algumas características básicas.

A principal característica que permanecerá - apesar de todos os problemas, as críticas e contestações - será a preferência pelo uso do carro para a mobilidade urbana.

E não será - como supõem, ingenuamente, os opositores - por lobby da indústria automobilística, mas pela preferência dos cidadãos.

O que a cadeia produtiva automobilística está fazendo e vai fazer é se adaptar aos desejos das pessoas para manter a preferência pelo carro para a movimentação urbana.

A mais recente e eficaz inovação é o aplicativo para a chamada de carro para o transporte individual, seja táxi ou particular.

Associada à tendência do não pertencimento, por parte dos mais jovens, a frota irá diminuir. O estoque de carros passará a ser menor, mas não se refletirá na redução da movimentação dos carros e nos congestionamentos.

A frota será menor, mas o uso de cada carro será maior.

No modelo atual, a frota é grande, mas a maior parte dela fica parada grande período do dia, em estacionamentos. Seja na origem, como no destino.

Com os aplicativos os carros rodarão mais, ficarão menos tempo parados. Estarão rodando mais, consumindo combustível, emitindo mais gases de efeito estufa e desgastando mais rapidamente.

A renovação da frota será mais rápida, o que poderá significar maior produção e maior emplacamento. Se não houver o controle dos carros destruídos ou retirados de circulação, estatisticamente, a frota irá aumentar.

Duas questões adicionais devem ser consideradas: a migração de pessoas do transporte coletivo para o automóvel, o aumento da frota de carros usados.

Quatro pessoas que usam o transporte coletivo vão pagar, pela viagem, no conjunto, R$ 15,20. Se chamarem pelo aplicativo poderão fazer um trajeto de6 a8 kma um custo menor. E com uma vantagem adicional: porta a porta, sem necessidade de se locomover para ou dos pontos de paradas dos ônibus ou estação de metrô. Neste caso com o agravante da sucessão de escadas, ainda que rolantes.

A redução de preços dos transportes individuais tende a levar as pessoas a se transferirem do transporte coletivo para o individual e não o contrário, como deseja a maioria dos urbanistas e os "anticarro".

Com o desgaste maior e mais rápido dos carros associados aos aplicativos, um mercado de usados, com preços mais baixos, poderá incentivar a compra desses, mantendo a frota elevada.

Se as frotas ficarem menores, a necessidade de vagas para estacionar os carros também será menor. As empresas de estacionamento pago terão de mudar o seu modelo de negócios para sobreviver.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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