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Aumentou o número de vagas de garagem por apartamento nos empreendimentos lançados em São Paulo. Segundo relatório anual divulgado pela Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraerp), com dados de 2006, o volume total cresceu 11,2%.

Ao todo, foram criadas 49.800 novas vagas, a uma média de 1,94 por imóvel - valor recorde dos últimos cinco anos. Entre os apartamentos de quatro dormitórios, a relação aumenta. O número médio de vagas lançadas foi de 2,87 por unidade.

Para a gerente de Marketing da incorporadora Quality, Paola Alembert, o número de vagas é fundamental para o comprador. "Duas podem ser pouco. Hoje, numa família, o pai e a mãe têm carro", afirma. Três e quatro vagas na garagem  são diferencial de venda. "Fazemos mais subsolos se precisar".

Além disso, segundo ela, há a tendência de as pessoas irem morar mais longe do centro. "E assim elas dependem mais ainda de carro". Isso porque a rede de transporte coletivo na cidade é insuficiente - o que motiva mais gente a ter carro. Na cidade, há também o rodízio e muitas pessoas optam por ter um segundo carro.

Com mais veículos nas ruas, a procura por vagas também cresce. "Notamos aumento nos últimos três e quatro anos. E vai ser difícil comercializar imóvel ou alugar se não tiver pelo menos dias vagas", aposta.

Por isso, a incorporadora oferece a possibilidade de o cliente comprar vagas extras. E a adesão é grande. "Vendemos todas sempre". Nos bairros de alto padrão como Itaim, Moema e Jardim, a Quality vendeu 100%. O custo vai de R$ 20 mil a R$ 50 mil.

No espaço da garagem cabe inovação. Em alguns empreendimentos a construtora colocou um mini depósito. "Cada apartamento tem o quartinho para guardar ferramentas, bicicletas, cadeira de praia, e bagunças", diz Paola. De custo baixo para construtora, a opção faz sucesso entre os compradores.

O superintendente regional da construtora Brascan, Leon Bensoussan, nota que a demanda por mais uma vaga por apartamento ocorre também nas unidades menores, de dois dormitórios.

No empreendimento Up Side, no Paraíso, cada unidade foi vendida com apenas uma vaga, mas a venda de vagas extra surpreendeu. "Colocamos 17 vagas e todas foram vendidas no dia do lançamento.

A experiência foi aprimorada no empreendimento levantado ao lado do East Side, com unidades no mesmo perfil. Desta vez, 60% dos apartamentos traziam na planta duas vagas de garagem.

Ter duas vagas já virou "obrigação" nos empreendimentos maiores. "Hoje em dia nós não fazemos apartamentos de 3 ou 4 dormitórios com menos de duas vagas. E, às vezes, o de 4 dormitórios com duas vagas não vende, o mínimo já subiu para três", afirma.

Coberturas acima de 200 metros quadrados não saem com menos de quatro vagas. Para Daniel Setin, gerente de Relações Institucionais da Setin, um dos fatores que impressionam o mercado para produzir maior número de vagas de garagem é o fácil acesso à compra de carro. "Aumentou o poder de compra e há facilidade de financiamento de veículos".

Número

2,87 vagas é o número médio de espaços nas garagens construído por unidade de apartamentos de quatro dormitórios em São Paulo;

R$ 20 mil é o preço mínimo de uma vaga na garagem extra vendida nos lançamentos na capital;

100% de aceitação é o que as vagas oferecidas pela construtora Quality obtiveram nos empreendimentos no Itaim, Jardins e Moema;

49.800 unidades foi o total de vagas de garagem lançado em 2006, em São Paulo - um crescimento de 11,2%.

Segmento econômico exige mais espaço

Uma vaga a mais na garagem não é privilégio apenas do público de alto padrão segundo especialistas. "Ter mais de uma vaga para carros no condomínio não é só privilégio do alto padrão", afirma Frederico Franco, gerente de desenvolvimento de novos negócios da Matec Engenharia.

Ele ressalta que também empreendimentos voltados ao segmento econômico - famílias cuja renda é de 5 a 20 salários mínimos - já possuem uma vaga extra.

No caso das unidades populares, de R$ 50 e R$ 60 mil, que muitas vezes eram vendidas sem garagem, a mudança agora é que a vaga é prevista na maior parte dos projetos.

A tendência desse espaço é aumentar. "A cultura do brasileiro é ter carro", diz Franco. E a área da vaga não limita o potencial construtivo do empreendimento. "A construção é limitada apenas ao custo em relação ao retorno que terá", afirma Franco.

Em 2005, uma lei municipal tentou computar a área da garagem no potencial construtivo. Como a verticalização em São Paulo é limitada a duas ou quatro vezes o tamanho do terreno, conforme o zoneamento, os empreendimentos passaram a ser inviáveis e muitos projetos não foram aprovados. A lei foi vetada e hoje está liberada a construção de garagens sem limitação da área. "A garagem é condição básica para alavancar as vendas".

Custo para a construção do subsolo é alto, mas compensa

O custo de criar garagens no subsolo não é baixo para as construtoras. Depende do tipo do terreno, se há lençóis freáticos no local. "Tem de fazer uma parede para reter o movimento de terra e conter a água. Os custos são significativos", afirma Frederico Franco, gerente de desenvolvimento de novos negócios da Matec Engenharia.

O investimento em tecnologia também é grande. "Não há como pensar um produto sem considerar grande necessidade de inovação na construção", diz. E a procura crescente pelas vagas de garagem motiva o investimento. " A gente segue essa tendência. quem não segue não está no mercado", diz.

Apenas apartamentos antigos não oferecem espaços grandes para estacionamento dos carros. "Com poucas vagas só existem aqueles empreendimentos que passam por retrofit. Mesmo nesses casos, elas são subdivididas nos novos projetos".

Locação

No mercado de locação a busca pela vaga no estacionamento também é grande. "É muito importante para a família e é altamente procurada", afirma  Roseli Hernandes , gerente de vendas e locação da imobiliária Lello.

Segundo ela, o espaço é fator determinante na locação porque é seguro e cômodo. No entanto, o custo do aluguel pode ser de 10% a 20% mais caro por causa da vaga. E a taxa condominial também. "A divisão das despesas é feita de acordo com a proporção à área de ocupação", explica.

Mas os imóveis que não têm vaga passam por crise. Têm um público certo. É o pessoal que vem trabalhar na cidade, estudantes que não têm carro ou não se importam de morar em local sem garagem".

Fonte: O Estado de São Paulo (São Paulo), 20 de maio de 2007

 

Categoria: Cidade


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