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Gestão Covas implanta 1.058 vagas de Zona Azul no Tatuapé

 

Motoristas, moradores e comerciantes do bairro do Tatuapé (zona leste) reclamam da criação de 1.058 vagas rotativas de Zona Azul há duas semanas. Antes, as vagas para estacionamento eram liberadas. Agora, clientes do comércio local e moradores têm de pagar R$ 5 para estacionar por uma hora, sendo permitido ficar apenas duas horas no mesmo local. A mudança nas vagas impactou principalmente os estabelecimentos comerciais e de prestadores de serviços na região. Para Miguel Júnior, recepcionista de um salão de beleza no bairro, a implementação de Zona Azul foi "um erro".

Ele afirma que os clientes costumavam estacionar em frente ao salão ou em ruas próximas. "Até contratávamos um manobrista para fazer este serviço, mas, com a restrição de tempo máximo para parar, as pessoas estão preferindo parar em um estacionamento particular", afirma.

A transformação em vagas Zona Azul faz parte de um processo de concessão lançado em outubro de 2018, pela gestão Bruno Covas, que prevê implementar cerca quase 10 mil vagas rotativas na cidade. Destas, já estava previsto que o Tatuapé teria o maior número. Entre os motoristas, a mudança também não foi bem-vinda. Para o representante comercial Diego Marques, a Zona Azul prejudica quem trabalha nas ruas. "Eu fico o dia todo andando de carro, visitando estabelecimentos. Ao fim do dia, tenho de pagar mais de R$ 50 só de Zona Azul. O gasto mensal é realmente muito alto."

Comerciantes se queixam de prejuízo

Na rua Apucarana, no Tatuapé, comerciantes afirmam ter sentido fortemente os impactos desde a implementação da Zona Azul na região, há duas semanas. Paulo Cavalcante, dono de um restaurante, afirma que o número de clientes diminuiu "bruscamente" no local. "Não tinha necessidade de colocar vagas rotativas aqui no bairro, todo mundo conseguia estacionar e a rua vivia movimentada. Agora, ninguém quer pagar mais para vir almoçar, ou para visitar uma loja. Os estabelecimentos ficam vazios o dia inteiro e a região deserta", afirma. O comerciante também utilizava a vaga em frente o restaurante para estacionar seu carro. Com a implementação da Zona Azul, passou a deixar o veículo em estacionamento particular.

Para Vanessa Borges, dona de um pet shop, a mudança não prejudicou o número de clientes, e sim a rotina de seu negócio. "Nós costumamos buscar os animais na casa dos donos para dar banho e tosa. Depois que as vagas rotativas foram implementada, nossa van não pôde mais parar aqui em frente para deixar os animais", comenta.

Pacote prevê outros 8.276 pontos em toda a capital

Além do total de 1.505 vagas rotativas que serão lançadas no bairro do Tatuapé (zona leste), a gestão Bruno Covas (PSDB) pretende implementar outras 8.276 vagas de Zona Azul em 67 regiões ao redor da cidade. Sendo a maioria no centro e na zona leste, cerca de 29 e 26%, respectivamente. Estas vagas serão exploradas por uma em presa privada por aproximadamente R$1,35 bilhão, durante os próximos 15 anos.

O processo de licitação, porém, foi suspenso pelo TCM (Tribunal de Contas do Município) no fim de maio, sob a alegação de que havia um total de 33 irregularidades. Depois do Tatuapé, as regiões da cidade que mais receberão Zona Azul na cidade de São Paulo são: Ibirapuera (zona sul, com 652 vagas), Museu do Ipiranga (zona sul, com 618) e Castro Alves (centro, com 611). (MC)

Gestão diz discutir com TCM

A Prefeitura de São Paulo diz que planeja o desenvolvimento da Zona Azul a partir de estudos. E que o princípio é promover rotatividade de vaga, racionalizar o uso do sistema viário em áreas adensadas organizar e disciplinar o espaço urbano. E que não é possível fazer "pequenas paradas" por ser vaga rotativa.

Fonte: Agora São Paulo, 30/07/2019

Categoria: Geral


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