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Impacto do carro elétrico nos estacionamentos

 

O carro elétrico é uma moda que já se disseminou em países desenvolvidos de pequeno porte populacional e poderá chegar aos países emergentes, como o Brasil.

O país com maior percentual de carros elétricos vendidos em relação ao total, segundo o artigo "Quem pagará a conta do carro elétrico”, de Marli Olmos, no Valor de 23/07/2019, é a Noruega, com 49,1%, muito à frente de todos os demais. A Noruega é um dos países de maior renda per capita e índice de desenvolvimento humano, com uma população da ordem de 5 milhões de pessoas. Cerca de metade da população da cidade de São Paulo. E que tem renda per capita bem menor.

Além disso, o carro elétrico na Noruega conta com amplos incentivos governamentais, dentro da versão de que ele é mais amigável com o meio ambiente do que o carro movido com os derivados de petróleo. No Brasil o carro elétrico disputa com o carro movido por biocombustível a condição de mais ambientalmente sustentável.

O risco real é que o carro elétrico seja uma modalidade de mobilidade elitista. Restrito à população de alta renda, seja pelo valor do investimento, como da operação, embora os seus defensores aleguem ser menor do que dos demais combustíveis.

A falta de infraestrutura será um grande limitador para a expansão territorial do uso do carro elétrico, que ficará confinado a algumas grandes cidades.

A baixa renda média será o principal limitador da popularização do carro elétrico. Sem uma produção em escala o preço de um produto nacional ficará mais alto, não competitivo com os importados.

A frota brasileira de carros elétricos será predominantemente de importados.

Os poucos donos dos carros elétricos tenderão a não aceitar o uso de outros carros para a sua locomoção, ou seja, de carros de terceiros. Preferirão dirigir o seu próprio carro elétrico, buscando vagas em estacionamentos pagos. Buscarão preferencialmente os serviço "vip" ou de "valet", que lhes dá a sensação de que os manobristas são treinados para movimentá-los e, portanto, maior segurança.

Esse deverá ser o principal impacto da introdução do carro elétrico na cidade de São Paulo e outras grandes cidades. Nas demais será raridade.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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