O preço maior do zero-quilômetro em conjunto com as restrições de crédito adotadas pelos bancos vem provocando a migração dos consumidores para o mercado de usados este ano. Isso ocorre porque o financiamento de valores menores permite a aprovação dos contratos para clientes em faixas mais baixas de renda. Por esse mesmo motivo os veículos mais negociados este ano têm entre quatro e oito anos de uso, seguidos pelos mais velhos, acima de 13 anos. Em terceiro lugar nos negócios figuram os seminovos, de até três anos de idade; e em quarto vêm os usados de nove a doze anos.
Segundo a Fenauto, a média diária de vendas de usados continua a aumentar, mantendo a tendência de recuperação do segmento. Para o presidente da entidade, Ilídio dos Santos, a tendência "é que o ritmo de vendas se mantenha até o fim do ano, com a entrada de recursos na economia do décimo-terceiro salário e um deslocamento maior de compradores para os seminovos, já que, em janeiro de 2015, o IPI dos veículos zero-quilômetro deve voltar ao seu patamar normal".
A Fenauto informa que, em 2013, o setor de usados apresentou um faturamento de R$ 310 bilhões, gerando R$ 170 bilhões para a carteira de financiamentos de bancos e financeiras. Em 2014, esse movimento já teve aumento de 6,7%, demonstrando recuperação contínua desde o ano passado.
Segmentos
O segmento de comerciais leves de segunda-mão foi o que mais cresceu, com avanço de 11,7% em 11 meses e negociação de 1,67 milhão de unidades. No mercado de veículos de passageiros usados foram fechados 7,5 milhões de negócios, em alta de 5,5% na comparação com os mesmos meses de 2013.
No segmento de motos usadas a expansão foi de 7%, com 2,56 milhões de unidades negociadas de janeiro a novembro deste ano.
O segmento de comerciais pesados usados foi o único que apresentou queda, de 0,9%, com 318,2 mil caminhões e ônibus negociados nos 11 meses de 2014.
Fonte: revista Automotive Business, 8 de dezembro de 2014