Quem for aos shoppings de Santo André – ABC Plaza e ABC – vai pagar neste ano mais caro para estacionar. Os dois maiores conjuntos comerciais da região decidiram reajustar em 33% a tarifa – R$ 3 para R$ 4 no primeiro período.
Os shoppings alegam que o aumento é necessário para cobrir custos operacionais do estacionamento, já que não havia alteração nos valores há quatro anos. Segundo os shoppings, nesse período houve aumento de 40% nos gastos. No entanto, a inflação medida pelo IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) neste período foi de 23,54%.
O primeiro a elevar o valor foi o Shopping ABC, que passou a cobrar R$ 4 pelo período de seis horas desde o primeiro dia útil deste ano.
Segundo o superintendente do centro de compras, Antonio Carlos Ferrite Sampaio, os reajustes anuais das tarifas e gastos de manutenção e infra-estrutura do estacionamento foram determinantes para a nova tarifa. Apesar do aumento, a gratuidade no horário do almoço está mantida. "Tivemos aumento de 55% na taxa de energia elétrica e 77% na de água no período. O aumento foi necessário para cobrir parte das despesas, mas não houve repasse integral", justifica.
No ABC Plaza Shopping – que também aumentou para R$ 4 pelo período de cinco horas nesta semana –, o argumento para a elevação do preço é o mesmo. "A gente vem acumulando aumento de custos nos últimos quatro anos. O gasto com mão-de-obra, IPTU e tarifas públicas subiu e não tivemos como segurar", afirma o superintendente, Henrique de Carvalho.
Na contramão, os shoppings Metrópole, de São Bernardo, e Mauá Plaza, de Mauá, afirmam que não há planos de reajuste no preço dos estacionamentos. "Cada shopping tem uma política. Não vamos praticar aumento de preço em 2007", assegura Fernando Rodriguez, superintendente do Mauá Plaza.
Consumidor - Apesar da justificativas para aumentar os preços, os clientes dos shoppings não se convenceram. "Estamos indo para consumir, e todas as lojas pagam condomínio. Deveria estar incluído. Ficou caro R$ 4", diz Andreza Fracasso, de São Bernardo. "A quantidade de carros que entra e sai de um shopping é muito grande. Não há justificativa para o aumento", acredita Hélio Ribeiro, de Santo André.
Fonte: Diário do Grande ABC (São Paulo), 11 de janeiro de 2007