Crescimento do mercado chega a 30% só neste ano; agência de propaganda acha "interessante" a procura por novas mídias
Você pede uma pizza e ela vem dentro de uma caixa com a propaganda da locadora de DVDs do bairro. Você espera o metrô e ele chega "fantasiado" de garrafa de refrigerante. Na livraria você assiste à promoção do dia da escola de inglês próxima em uma tela de plasma. No shopping, a máquina que solta o tíquete do estacionamento tosse para você.
Com a proibição de outdoors em São Paulo, em vigor desde o começo do ano, a chamada mídia alternativa já cresceu 30%.
"É interessante esse desafio. Você precisa encontrar novas formas de chegar no cliente que você atingia com a mídia exterior", diz Guga Ketzer, diretor de criação da Loducca.
A agência criou uma campanha de inauguração da nova loja da 2001 Vídeo que, pela primeira vez, não usará outdoor.
Pizzarias da região usarão caixas de pizza em formato de rolo de filme para entregar as pizzas pedidas por seus clientes, que ainda ganharão uma locação grátis na 2001 de Moema.
Publicidade em caixas de pizza não é novidade. Há três anos foi criada a One Mídia, especializada no ramo. Antonio Trigo de Moraes, sócio da empresa, disse que o fim do outdoor representou um acréscimo de cerca de 30% em seus negócios.
Moraes disse que esse tipo de mídia atinge o público de interesse do anunciante: delimita a área na seleção das pizzarias que receberão a propaganda e escolhe a faixa de renda do público-alvo pelo preço da pizza.
O mercado de mídia indoor- propaganda em lugares fechados- também cresce. O shopping Frei Caneca (centro) tem uma empresa contratada só para cuidar dos anúncios que são veiculados lá dentro.
Wilson Pelizaro, superintendente do Frei Caneca, disse que a procura cresceu 30% neste ano. Um exemplo é o anúncio do xarope Mucosolvan, desenvolvido pela Leo Burnett e premiado no festival de Cannes.
Ao encostar o carro para retirar o tíquete do estacionamento, a voz da máquina diz: "Bem-vindo... Cof, cof, cof... Desculpa... Retire seu tíquete..."
Pedro Henrique Rovai, da Jokerman, disse que os negócios cresceram cerca de 35% no primeiro semestre alavancados pelo fim dos outdoors. A empresa faz cartões-postais com publicidade e os coloca em displays instalados em pontos como bares e restaurantes.
Fonte: Folha de São Paulo (São Paulo), 15 de julho de 2007