Sem qualquer tipo de repressão, guardadores autorizados e flanelinhas ilegais dividem as vagas da Rua Leopoldo Miguez, em Copacabana. A obrigatoriedade do uso do tíquete para estacionar ali é sistematicamente descumprida: às 16h15m da última quinta- feira, 27 dos 50 carros parados entre as ruas Djalma Ulrich e Xavier da Silveira não tinham o bilhete. Tanto os trabalhadores legalizados como os informais ficam com as chaves de vários veículos, o que é uma prática corriqueira e proibida.
No entanto, vale dizer que o cenário de irregularidades não se restringe à via, e pode ser encontrado em muitas áreas do sistema Rio Rotativo. Embora tenham sido propostas várias políticas sobre a gestão do sistema nos últimos anos, os problemas e as reclamações dos usuários se acumulam. Sobre a promessa mais recente, feita pelo prefeito Eduardo Paes em 2013, de licitar um sistema de alta tecnologia para a operação das 37.760 vagas nas ruas do Rio, ainda paira uma névoa de incertezas.
O empecilho que era a liberação, pelo Tribunal de Contas do Município (TCM), do edital do novo modelo foi superado.
Enquanto isso, nas ruas, a desordem impera. Durante uma ronda na quinta- feira, a equipe do Globo flagrou nove dos 15 veículos parados num único quarteirão da Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, sem tíquetes de estacionamento à mostra. Entre os que tinham o bilhete no parabrisa, poucos estavam com o papel devidamente preenchido.
Fonte: O Globo (RJ), 28 de setembro de 2015