A aguardada reversão da curva de contração nas vendas de veículos ainda não aconteceu. A opinião é da consultora Letícia Costa, da Prada Assessoria. Na visão dela, depois de encolher 20,2% em 2016, para 2,05 milhões de unidades, o mercado ainda não voltou a crescer. “Há claramente uma redução da velocidade da queda, mas não atingimos o ponto de inflexão”, avalia.
Letícia aponta que a economia segue combalida, com desemprego elevado e taxa de juros alta mesmo com a recente redução da Selic para 13%. Neste cenário, ela entende que falta um motivador para estimular a melhora do patamar de vendas de veículos. “É preciso um fator para impulsionar os volumes. No caso dos automóveis, pode ser uma redução nos preços, maior oferta de crédito ou a confiança dos consumidores de que não perderão seus empregos e, portanto, podem contrair uma dívida”, aponta.
Retomada à vista
O panorama econômico, acredita Letícia, deve começar a melhorar nos próximos meses. “Se não tivermos nenhum susto, acredito que uma retomada vai se iniciar ainda este ano”, projeta. Na visão dela, no entanto, este processo ainda será muito lento e tênue.
A expectativa é semelhante à de algumas entidades do setor automotivo, que esperam crescimento, ainda que raquítico, das vendas de veículos para2017. AFenabrave, que representa os concessionários, espera aumento de 2,3% nos emplacamentos para 2,1 milhões de unidades entre leves e pesados. Já a Anfavea tem expectativa mais otimista. A associação dos fabricantes de veículos aposta em alta de 4%, para 2,13 milhões de emplacamentos.
Fonte: revista Automotive Business, 19/01/2017