No entorno da Igrejinha da Pampulha, na capital, dezenas de flanelinhas voltaram a tomar conta das ruas. Nove meses depois do início da operação lançada pela Polícia Militar (PM) de combate à prática na região, eles não se intimidam mais com a presença dos militares.
Quem visita o local de carro dificilmente vai escapar do assédio e da tentativa de extorsão, com a exigência de pagamento antecipado para liberar a vaga. Eles chegam a cobrar até R$ 50 por veículo. A reportagem de O TEMPO visitou o ponto turístico em quatro momentos distintos, tanto em dezembro quanto neste mês. Nas duas primeiras datas, mais de 30 flanelinhas se concentravam nas ruas Expedicionário Benvindo Belém de Lima, Expedicionário Mário Alves de Oliveira e Expedicionário Celso Racioppi.
Alguns já abordavam os motoristas ainda na avenida Otacílio Negrão de Lima e encaminhavam para vagas nas ruas transversais. Eles se revezavam na cobrança dos valores, e alguns estavam com coletes de segurança. Em uma dessas visitas, o motorista José Carlos Canizares, 55, levava os filhos ao parque e teve o carro abordado antes mesmo de parar no semáforo onde iria fazer a conversão para as ruas onde há vagas de estacionamento. Ele disse que teve de pagar R$ 10 antecipados. “Foi até barato. Eu sempre venho aqui e já teve vez que eles queriam que eu pagasse R$ 30 e só me liberaram de estacionar depois de pagar R$20”, relembrou. Ele disse ficar revoltado com essa cobrança antecipada. “A gente está pagando por um serviço que nem vai ser realizado. Quando voltamos, não tem mais ninguém olhando o carro”, reclamou. Atuação
Apesar do retorno dos flanelinhas à região, a PM informou que a operação continua sendo realizada todos os dias. Porém, na avaliação da corporação, houve uma desmobilização dos próprios motoristas que, no início da ação, se sentiam mais confortáveis para denunciar.
Fonte: O Tempo - BH - 15/01/2017