Parking News

O projeto original do metrô paulista, que está completando 45 anos, se parece só um pouco com o que virou realidade. A proposta indicava que São Paulo deveria ganhar 75 estações, oito a mais do que as existentes hoje. O traçado da rede básica, entregue em 1968 à gestão do prefeito José Vicente Faria Lima (1965-1969) - à época, a Companhia do Metropolitano pertencia ao governo municipal -, era composto por quatro linhas, denominadas conforme o traçado.
Elaborado pelo consórcio alemão HMD (das empresas Hochtief, Montreal Empreendimentos e Deconsult), o esquema era ousado, com ambição de transformar a mobilidade em uma metrópole que já sofria com os congestionamentos e a falta de um bom transporte coletivo. Os estudos tinham como cenário e meta o ano de 1987. Pela proposta alemã, naquele ano, os paulistanos deveriam ter à disposição 66,2 km de metrô, uma extensão que só seria atingida (pasmem) mais de duas décadas depois. Hoje, a rede metroviária tem 74 km de comprimento, acanhada perto de cidades menores, como Londres (402 km) e Santiago do Chile (103 km).
O então prefeito foi ainda mais longe e, na introdução que escreveu para o projeto original, afirmou que São Paulo precisaria de 360 km de linhas de metrô em 1990. Mas por que os sucessivos governos do município e, depois, do Estado falharam em seguir até mesmo o plano de 1968, entregando os ramais em um ritmo muito lento?
De acordo com o Metrô, além da insuficiência de recursos, a cultura do automóvel "refletiu-se diretamente, então, no ritmo insatisfatório de metrô para a dimensão em que a metrópole se foi transformando". Por sua vez, o presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (Aeamesp), José Geraldo Baião, avalia que a execução foi estancada porque a fonte de dinheiro secou. "Depois de inaugurarmos a primeira linha em 1974, houve a crise do petróleo. Foi um incentivo a mais para investir em transporte eletrificado, mas, ao mesmo tempo, tivemos problemas financeiros que ficaram mais latentes nas décadas de 1980 e 1990."
Em 1968, a cidade tinha 5,8 milhões de habitantes. Hoje, são 11 milhões de moradores. Muitos deles vivendo nos extremos da capital, que são carentes de metrô.
A arquiteta e urbanista Lucila Lacreta, diretora do Movimento Defenda São Paulo, acredita que a capital seria melhor hoje se, em 1987, todo o projeto tivesse sido concretizado. "Provavelmente, teriam a capacidade de continuar planejando mais metrô conforme o crescimento da cidade."
O atual governo do Estado promete "a maior ampliação de metrô" da história paulistana, com quatro linhas em obras (extensões da 4-Amarela e da 5-Lilás e construção da 15-Prata e 17-Ouro).
Fonte: O Estado de S. Paulo, 31 de março de 2013

Categoria: Geral


Outras matérias da edição

Você paga duas vezes (27/03/2013)

Enquanto a prefeitura cogita criar estacionamento pago para impedir achaques aos frequentadores da Estação Férrea, os flanelinhas se esbaldam em áreas onde a cobrança é institucionalizada por contrato (...)

Esquecer nheiro do pedágio dá multa (01/04/2013)

Dirigir pelas estradas paulistas sem dinheiro em espécie pode sair muito mais caro do que o pedágio. Desde janeiro, concessionárias não permitem que um veículo passe mais de uma vez por uma praça sem (...)


Seja um associado Sindepark