Os carros compartilhados vão poder circular pela cidade de São Paulo sem restrições do rodízio municipal e usar estacionamentos públicos à vontade. A resolução que regulamenta esse tipo de serviço, chamado de carsharing, foi publicada dia 8, no Diário Oficial da Cidade.
O carsharing é um modelo de aluguel de carro em que o usuário paga por hora de utilização. O prefeito Fernando Haddad disse que o funcionamento do serviço será “o próximo movimento” da cidade, após anunciar que o paulistano poderia comprar Zona Azul digital a partir de ontem, 11.
Em São Paulo, os veículos de compartilhamento ficarão estacionados na rua, em áreas de Zona Azul, de onde podem ser retirados. O sistema é semelhante, por exemplo, ao de bicicletas: para alugar um carro, o motorista usa um aplicativo de celular que localiza e destrava a porta. Depois, é só devolver o veículo para uma vaga pública, que não precisa ficar necessariamente no mesmo local da retirada.
Para oferecer o serviço, as empresas de carsharing vão ter de pagar por ano R$ 4,2 mil à Prefeitura pela outorga de cada veículo. Do total, R$ 2,4 mil é para receber livre acesso ao estacionamento público e R$ 1,8 mil para ser dispensado do rodízio. O valor é equivalente a R$ 11,5 por dia - pouco mais do que um cidadão comum paga para estacionar na rua por duas horas.
De acordo com a resolução, o pagamento pode ser feito à vista ou dividido em quatro parcelas iguais. No caso de parcelamento, o valor é corrigido pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Para fazer o cadastro, as empresas devem apresentar um plano de trabalho à Prefeitura, informando a quantidade de veículos e a distribuição da frota. Até o momento, há apenas uma empresa na cidade operando o serviço, ainda com pontos próprios de estacionamento. Ela tem 80 veículos. Com a regulamentação, deve pular para 300 carros.
“No começo, o serviço vai funcionar principalmente em áreas de maior demanda, como centro expandido e Pinheiros, na zona oeste. Mas a empresa vai ter de ganhar densidade, aumentando a distribuição”, afirmou o presidente da SP Negócio, Rodrigo Pirajá. “A ideia é levar o compartilhamento para todas as regiões.”
A Prefeitura não estabeleceu limite de outorgas que podem ser concedidas às empresas de carsharing. Pirajá estima, no entanto, que dificilmente a quantidade de veículos ultrapassará os 3 mil. “A cidade tem cerca de 40 mil pontos de estacionamento público, então esses carros representam um número bem inferior à Zona Azul”, disse. “Estudos internacionais apontam que para cada carro compartilhado se tira outros 15 carros da rua. Isso que é interessante”, afirmou. “Termina virando o carro do bairro.”
Fonte: O Estado de S. Paulo, 8 de julho de 2016