Com 23 km de extensão em cada sentido e sendo um dos principais eixos viários da Grande São Paulo, não surpreende que venha justo da Marginal do Tietê o maior número de autuações da cidade. Ainda mais com restrições que passaram a vigorar nela nos últimos anos, como a proibição de caminhões em certos períodos do dia, infração também captada por radares.
O que chama a atenção é a presença, na composição dos locais com o maior número de infrações, de avenidas com extensões bem menores e por onde não costumam rodar veículos pesados, como a 9 de Julho, que tem 6 km por sentido, e a Prestes Maia, com 1 km. Na primeira, foram 197.978 multas, cerca de 16,5 mil por km. Na outra, houve 122.669 ao todo, ou 61,3 mil por km.
Para Silvio Médici, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans), o que explica é o grande fluxo de veículos que passam nesses locais. A Prestes Maia, como a Santos Dumont, que tem 2,8 km e onde foram marcadas 181.735 multas em 2012, compõe o chamado Corredor Norte-Sul, muito demandado nos horários de pico.
"Mas se você sair do centro expandido e dos bairros mais localizados, há uma quantidade muito grande de infrações cometidas não computadas", diz Médici, acrescentando que "nem um terço das infrações na cidade é computado hoje".
A Prefeitura quer resolver esse problema com a nova licitação do sistema de fiscalização eletrônica, anunciada em abril, que deve aumentar a quantidade de radares na capital a partir do segundo semestre deste ano. Hoje, há 587 aparelhos, conforme a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
Fonte: O Estado de S. Paulo, 6 de maio de 2013